Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser exercida de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Com base nessa premissa, é indubitável, à medida que ocorre o aumento do número de trabalhadores informais, uma ruptura com o pensamento aristotélico no cenário brasileiro. Dessa forma, convém analisar os fatores que motivam a preferência pelo trabalho informal, bem como seus efeitos precípuos. Cabe pontuar, em um primeiro plano, o desemprego como fomentador da elevação do peso do terceiro setor da economia no país. Conforme dados estatísticos mostrados pelo Ministério do Trabalho, percebe-se a ascensão de demissões, em detrimento das contratações. Nesse viés, é evidente a presença de uma crise de caráter econômico, motivo pelo qual uma parcela significativa da sociedade, ao ser demitida, investiu no trabalho informal, uma vez que esse, traz a possibilidade de rendimentos e não necessita de registro. Vale ressaltar, em uma análise mais profunda, os impactos gerados pelos serviços informais na economia nacional. Segundo a lógica machadiana, na obra “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o homem é um ser corrupto e desprovido de virtudes. Sob tal ótica, é incontrovertível que muitos trabalhadores informais, ao obterem altos rendimentos, acabam omitindo-os e não realizam a declaração de imposto de renda. Nesse sentido, a economia fica prejudicada e país perpetua-se no subdesenvolvimento. Fica clara, portanto, a necessidade de medidas que solucionem o imbróglio. Nessa perspectiva, é imprescindível que o Governo Federal atue na disponibilização de concursos públicos à população, com o fito de movimentar o mercado de trabalho e combater o desemprego. Outrossim, é essencial que o Ministério do Trabalho regule e fiscalize as relações trabalhistas existentes no território nacional. Isso pode ser feito por meio da aplicação de multas aos trabalhadores que atingem altos rendimentos e negligenciam o imposto de renda – estabelecido no governo varguista. Só assim, com a aplicação de mecanismos exitosos na superação da crise econômica, o equilíbrio aristotélico será alcançado na sociedade.