A Constituição de 1988 inovou ao regulamentar e reafirmar leis trabalhistas no Brasil. No entanto, o exercício de usufruir os benefícios defendidos por ela não está sendo garantido a milhões de brasileiros que encontram-se desempregados. Nesse sentido, é válido analisar as consequências dessa negligência para a sociedade brasileira. Em primeiro lugar, a principal consequência é a fome que atingiu e ainda atinge muitos que perderam o emprego. De modo que, com a recessão econômica, o poder de comprar suprimentos básicos, como alimentos, diminuiu significativamente para as famílias de classe baixa. Além disso, outras necessidades como o custeio de moradias, também se tornou difícil com a falta de renda. Tal situação foi noticiada no jornal britânico The Guardian, em que se relatou o risco do Brasil voltar ao Mapa da Fome da ONU. Isso deve ser considerado inaceitável, visto que o país possui grande potencial para permitir que a população tenha trabalho digno, prova disso são as altas taxas empregatícias nos anos de 2006 a 2010. Contudo, com o objetivo de transpor esses problemas, a própria população vem buscando alternativas no trabalho informal. Como divulgado no site da revista Carta Capital, houve um crescimento de 6,5% nesse âmbito. Nessa forma de trabalho, há a possibilidade de amenizar as consequências da recessão econômica. Porém, apesar de parecer ser uma solução, esse tipo de serviço não garante os direitos previstos na Constituição como o salário mínimo, décimo terceiro, aposentadoria e férias. Outrossim, quem se submete a esse subemprego, não tem horas fixas de trabalho, de maneira que muitos são obrigados a trabalhar nos fins de semana e mais de oito horas por dia para alcançar um bom retorno financeiro, de acordo com o programa de televisão Fantástico. Ou seja, essas pessoas compram alimentos e pagam contas, mas continuam sofrendo diariamente com as agruras laborais. Infere-se, portanto, que é necessário mudar esse quadro econômico. Para isso, o Governo Federal, em consonância com o Ministério do Trabalho, deve abrir mais linhas de crédito para permitir a maior abertura de empresas formais, aumentando, assim, as vagas de emprego, poder de compra e a circulação de dinheiro no país. Tal atitude foi empregada em governos passados e gerou bons resultados e deve ser colocada em prática novamente de forma que, como afirmou Confúcio, quem quer prever o futuro, deve estudar o passado. Logo, seguindo essa atitude, milhões de brasileiros usufruirão de seus direitos trabalhistas e sairão da linha da pobreza.