O trabalho com carteira assinada foi implantado no governo de Getúlio Vargas, em 1932, e, mesmo assim, o trabalho informal não deixou de existir no Brasil. O problema é que o emprego informal não só tem crescido nas últimas décadas, mas também tem apresentado-se como uma alternativa que, na maioria das vezes, não é eficiente para o cidadão, se comparada com o emprego formal. O brasileiro tem sofrido com altas taxas de desemprego nos últimos anos, e, devido a isso, houve um aumento da busca pelo trabalho informal. Logo, essa situação fica evidente se for analisado o senso do IBGE de 2018, que informou que há cerca de 986 mil novos trabalhadores por conta própria e 581 mil novos empregos sem carteira assinada. Dessa maneira, esse crescimento tem grande impacto na vida dos trabalhadores, que acabam não tendo acesso ao vale transporte, vale alimentação, férias de 30 dias anuais remuneradas, seguro desemprego e garantia de aposentadoria por tempo de contribuição, e também afeta o Estado, que passa a receber menos arrecadações para os cofres públicos. Ademais, o trabalho informal está longe de ser tão benéfico quanto um emprego de carteira assinada. Assim, esse fato pode ser constatado em uma entrevista postada no blog ''O Trabalho Informal'', feita por Ana Gabriela Nascimento ao vendedor de abacaxi, capixaba, Israel Dias, que afirma enfrentar sérias dificuldades nesse trabalho, como muitas horas trabalhando, má remuneração e falta de acesso a créditos e financiamentos, problemas que dificilmente ocorreriam em um emprego formal. Esse problema também pode ser visto em uma entrevista postada no site jornalístico Ururau, feita pela Mayara Fernandes ao Sebastião Cecílio Fernandes, de 70 anos, que trabalha em um carrinho vendendo doces e pipocas, em que ele diz que as piores consequências de trabalhar dessa forma são a falta de direitos e segurança que pessoas com carteira assinada possuem. Desse modo, fica evidente o quão inferior o trabalho informal é em relação ao emprego com carteira assinada, devido aos diversos problemas ligados a qualidade de vida do trabalhador que esse modo de trabalho trás. Fica evidente, portanto, que houve um crescimento do trabalho informal no Brasil e que ele não está sendo suficiente para atender as necessidades da população. Sendo assim, é necessário que o Poder Executivo, juntamente com o Ministério do Trabalho, estatize empresas por meio da compra ou criação delas e opte por terceirizações, em vez de privatizações, contratando outras corporações para fazer serviços não viáveis para a empresa estatal, pois essas ações farão com que ocorra o aumento das ofertas de empregos e as oportunidades para as pequenas empresas nacionais, resultando em mais empregos e menos pessoas buscando o trabalho informal. Além disso, é fundamental que o Ministério da Educação e o Ministério do trabalho promovam palestras, realizadas por profissionais de RH, nos bairros com maiores índices de trabalho informal e nas escolas, no intuito de orientar jovens e adultos sobre a necessidade de adquirir um curso técnico, profissionalizante ou uma graduação na faculdade para que tenham mais facilidade no acesso ao trabalho com carteira assinada e possibilidades de emprego. Dessa forma, essas ações farão com que diminua a quantidade de pessoas trabalhando informalmente e sujeitando-se a passar por tantas dificuldades resultantes dessa forma de trabalho.