Desde a década de 1980, a sociedade é desafiada pelo problema que envolve o trabalho informal como alternativa à crise econômica. Nos dias atuais, apesar dos avanços implementados pelo Governo, tais como o Programa Meu Primeiro Emprego e a reforma trabalhista, o desafio, devido à negligência e compactuação da sociedade e à falta de atitude do Governo, urge por soluções imediatas. Em uma primeira análise, sob a ótica sociológica, a persistência da problemática no Brasil é intrinsecamente fomentada pela negligência e pela compactuação da sociedade que se omite diante de situações de violência contra ambulantes e apreensão de suas mercadorias pela Guarda Municipal. Nesse sentido, em um estudo publicado pela Folha de São Paulo, foi divulgado que o aumento dos casos de trabalho informal constrói-se historicamente na formação social do Brasil como traço revelador do passado cultural nacional. Desse modo, a sociedade torna-se a principal vítima de suas próprias contradições, omissões e condutas. Ademais, em um segundo plano, a falta de atitude do Governo possui estreita relação com o aumento dos casos de trabalho informal. Isso porque a falta de investimentos em projetos de geração de empregos e aumento real da renda do trabalho gera uma sensação de abandono, culminado, assim, na elevação dos casos de desrespeito aos direitos previstos na Consolidação das leis do Trabalho (CLT). Esse processo decorre da necessidade que o povo sente de ser protegido por seus governantes. Nesse contexto, o filósofo Platão afirma que a punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus. Dessa maneira, a imprescindibilidade de superação do grande número de informalidade configura-se como um importante desafio da pós-modernidade. A negligência da sociedade, em paralelo à falta de atitude do Governo, portanto, são condições diretas para que o grave caso de informalidade ocorra no Brasil. A fim de que haja a imprescindível superação desse panorama, faz-se necessário que o Governo, por meio do Ministério do Trabalho, implemente núcleos de debates e divulgação sobre o trabalho informal. Nesse aspecto, deve-se desenvolver projetos em parceria com os Governos Federal e Estadual, para atrair novas indústrias, destacando, sua boa localização geográfica e a oferta de mão de obra qualificada, assim, irá gerar empregos e diminuir o número de trabalhadores informal, permitindo, desse modo, uma ação eficaz no tratamento da problemática. Agindo assim, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal ou uma utopia.