Durante a chamada “Era Vargas”, ainda no século XX, houve o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esse marco histórico, que previa a defesa dos direitos trabalhistas no Brasil, é, na contemporaneidade, fortemente afetado pelo trabalho informal, que já representa boa parte da força produtiva do país. Nesse contexto, fatores de ordem educacional, bem como econômica, caracterizam a realidade caótica do setor trabalhista brasileiro. É importante pontuar, de início, a influência escolar nos altos índices de trabalhadores informais. À guisa de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele, sendo essencial para seu desenvolvimento em sociedade. O sistema educacional brasileiro, entretanto, ao apresentar sinais de falência, prejudica a formação dos indivíduos, que passam a ser marginalizados do setor trabalhista, dada a existência de um mercado de trabalho cada vez mais exigente quanto à capacitação dos funcionários. Esse fenômeno é ratificado por pesquisas recentes da UNIVAP, que relacionaram um menor grau de instrução a maiores taxas de informalidade. Outrossim, tem-se o quadro econômico do Brasil como propulsor dessa realidade. Nesse sentido, nos últimos anos, o país enfrentou (e ainda enfrenta) graves problemas na economia, como a recessão e o aumento da dívida interna, que interferem no mundo trabalhista. Tal fator é corroborado por dados do Ministério do Trabalho, em que foi constatada uma perda de 2,87 milhões de empregos formais no país desde 2015. Essa situação faz com que a população, em geral a parcela mais pobre, busque no trabalho informal um meio de subsistência, mesmo com a ausência dos direitos trabalhistas. É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e econômicos na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Ministério da Educação, por intermédio das escolas, promover um ensino de qualidade a todos os brasileiros a fim de construir uma população bem capacitada no âmbito trabalhista. A ideia da medida é, a partir de investimentos nas escolas, com a disponibilização de material didático e melhorias na estrutura física dos colégios, preparar os brasileiros para as exigências do mercado de trabalho, reduzindo a informalidade. Ademais, o Governo, com o apoio de profissionais da área, deve planejar medidas para contornar a situação econômica do país com o intuito de recuperar muitos dos empregos formais perdidos. Assim, o Brasil estará no caminho certo para minimizar o trabalho informal e garantir a todos os cidadãos os direitos conquistados na CLT.