Nos últimos anos, o país entrou em estado de calamidade financeira: a crise econômica nunca fora tão preocupante. Um reflexo disso foi o alto número de demissões no mercado de trabalho formal, atrelado às baixas contratações. Em um país onde o salário mínimo mal dá para a subsistência, o desemprego se torna ainda mais alarmante entre as famílias brasileiras. Cenário onde o trabalho informal entra. Em três anos, mais de um milhão de trabalhadores entraram para o mercado de trabalho informal, seja para o complemento da renda ou para ter o que comer. O fato é: os "bicos" têm se mostrado uma forte alternativa para driblar a crise. E se mostraram também ser um solo fértil, apesar da inconstância da renda, da perda de direitos como o décimo terceiro salário, férias pagas, auxílio-transporte e vale-refeição. Um atrativo é a flexibilidade de horário, a possibilidade de sentir mais prazer trabalhando e as crescentes oportunidades e opções de capacitação, mesmo para o trabalho informal. Anos atrás, chamava-se alguém que deixa o confortável emprego de carteira assinada de louco. Nos dias de hoje, isso não só ficou comum como se tornou a realidade de milhares de brasileiros. A inconstância do mercado de trabalho formal abriu brechas para que o trabalho informal crescesse e passasse a movimentar a economia brasileira.