Título da redação:

Família: afeto plural

Tema de redação: Evolução do conceito de família

Redação enviada em 28/06/2015

No século XIX, Émile Durkheim propôs, em seus estudos sobre as Instituições Sociais, que a família seria a instituição responsável pelo primeiro grau de socialização de um indivíduo. Apesar de ainda responsável pela socialização primária, o conceito de família, para a sociedade atual, permeia muitos outros aspectos sociais, logo: o que seria uma família em pleno século XXI? Reconhecer a pluralidade dos modelos familiares e garantir o respeito à todas as suas expressões: eis um desafio à sociedade contemporânea. É necessário, antes de tudo, abordar as variações nos tipos de família. Por muito tempo a música "Família", dos Titãs, foi utilizada para ilustrar o modelo de família , inclusive a brasileira. Contudo, "mamãe, papai, e titia" não são versos que refletem mais a maioria das famílias na realidade. Dois pais; duas mães; casal sem filhos ou pais separados: estes são exemplos da diversidade de família existentes. Todas elas diferentes na forma, mas semelhantes no afeto entre seus membros. Convém analisar, também, as influências do setor conservador sobre o modelo de família. Recentemente, o site da Câmara dos Deputados brasileira promoveu uma enquete sobre o conceito de família, que obteve grande repercussão nas redes sociais. Esta pesquisa foi feita paralelamente às discussões sobre a criação de um "Estatuto da Família", que está em tramitação na Câmara dos Deputados. Entretanto, este irá legitimar a família como união entre um homem e uma mulher, como forma de defender a instituição familiar das rápidas mudanças que estão ocorrendo. Esta não seria uma forma de segregação? Pois a legalização de apenas um viés limitaria o princípio da isonomia e o direito a liberdade de todos os indivíduos. Fica evidente, portanto, que mais importante do que seguir um paradigma, determinado por lei ou por convenções sociais, é o fato de uma família basear-se no afeto e no respeito. Para que isso ocorra será necessário, a curto prazo, que os governos interessados discutam e criem leis includentes e que respeitem as liberdades individuais para reconhecer as diferenças entre os moldes de família. Também será de suma importância, a longo prazo, a participação das famílias e das escolas propondo espaço para o diálogo e palestras, respectivamente, sobre a disseminação do direito mútuo e sobre a tolerância de outras expressões familiares. Isto porque famílias não são todas iguais e o que muda é muito mais do que o endereço.