Título da redação:

Família: a base do afeto

Tema de redação: Evolução do conceito de família

Redação enviada em 10/09/2015

É inegável que, ao longo da história do Brasil, a família passou por uma série de transformações. Nos tempos de Colônia e Império, era patriarcal extensa, isto é, composta por pai, como líder central, mãe, filhos, parentes, agregados e escravos. Com a abolição da escravatura, no entanto, a família foi reduzida, originando o modelo nuclear conjugal. Contudo, com o processo de modernização do país, essa estrutura familiar também foi dinamizada. Ainda, é crescente o número de famílias homoafetivas na nação. Não obstante, saber conviver com o diferente é o grande desafio da sociedade brasileira. É imprescindível, desse modo, difundir a ideia de que a família é, sobretudo, a união de pessoas ligadas pelo afeto, assistência mútua e responsabilidade social. A partir da industrialização e urbanização do Brasil, o modelo familiar conjugal sofreu diversas mudanças e ramificações. As mulheres passaram a conquistar o mercado de trabalho e a dividir as tarefas domésticas com os homens. Com isso, a taxa de fecundidade caiu de cerca de 6 filhos, na década de 1960 para, em média, 1,9 atualmente. A figura feminina, inclusive, é, hoje, representante de 53,8% dos lares brasileiros. Ademais, os filhos são concebidos não só pelo método biológico, mas também por tecnologias reprodutivas e pela adoção. Além disso, aumentam os divórcios e, por conseguinte, as famílias formadas por madrastas, padrastos, filhos de outros relacionamentos. Existem, também, as monoparentais, que são estruturadas apenas na figura do pai ou da mãe. Há, ainda, aquelas que transcendem a consanguinidade e ressaltam, sobretudo, os laços afetivos, como as famílias constituídas por amigos ou “conviventes”. Assim, concretiza-se a pluralidade familiar brasileira. Outrossim, as famílias homoafetivas estão, cada vez mais, em voga. No Brasil, já são 60 mil oficializadas legalmente. Formam-se pela união de um casal homossexual – dois homens ou duas mulheres – e, inclusive, por filhos. Esses são frutos de adoção, que, a cada dia, torna-se mais acessível, da biotecnologia ou de antigos relacionamentos heterossexuais. Entretanto, sem dúvidas, a família homoparental é a que mais sofre com o conservadorismo e a intolerância de boa parcela dos brasileiros. Nesse contexto, o discurso do ódio é bastante frequente, o qual envolve religião e teses que defendem que os filhos desses casais não terão bons exemplos. Mas, tudo isso não passa de pura ignorância da sociedade, já que, geralmente, nesse tipo familiar há, inclusive, até mais união e amor entre os seus membros do que em certas famílias heterossexuais. Em suma, para que as variantes das famílias brasileiras sejam aceitas socialmente, é dever do Governo, pautando-se no Estado Democrático de Direito, cujo objetivo é legitimar a dignidade da pessoa humana, proteger todas as formações familiares fundadas no afeto e no cumprimento de sua função social. Ademais, cabe, à mídia e à escola, a divulgação de campanhas e projetos sociais que rompam paradigmas, preconceitos e conscientizem o brasileiro a aceitar e a aprender conviver com as diferenças familiares. Portanto, essa instituição alcançará a sua pluralidade de forma plena, pacífica e regada, sobretudo, por amor.