A lei número 6583/13 aprovada pela Câmara designa o conceito de família como um núcleo formado a partir da união estável entre homem e mulher. Tal medida de cunho conservador rejeita os diversos grupos familiares que vêm se formando na hodiernidade e figura-se como um retrocesso frente à dignidade da pessoa humana. A Constituição de 1916 determinava a formação da família a partir do matrimônio, em que o divórcio não era aceitável. No entanto, sua nova versão de 1988 abrira espaço para aqueles núcleos cujo modelo foge à regra padrão, caracterizando a família como um agrupamento afetivo e não necessariamente de laços sanguíneos. Ainda que, na atualidade, torna-se cada vez mais comum grupos monoparentais, famílias expandidas e casais homoafetivos, o novo por vezes é barrado pelo tradicional, em que abre-se brechas para o preconceito e a dificuldade de acesso aos mesmos direitos presentes no modelo antigo. Depreende-se, considerando os fatos supracitados, a importância de um projeto informativo a ser promovido pelo Ministério da Educação e aplicado nas escolas, no intuito de modificar ideias pré-concebidas, com palestras de sociólogos e espaço para debates. Outrossim, a ação dos veículos midiáticos faz-se necessária para difundir a aceitação da diferença a toda a população, por meio de propagandas educativas. Desta forma, abrir-se-á espaço para o afeto em todas as suas formas e a todos.