Família, substantivo feminino comumente descrito em dicionários como: grupo de pessoas ligadas por laços de casamento ou parentesco; pai, mãe e filhos; linhagem. Tais definições, apesar de seguirem um conceito biológico, têm causado, atualmente, dúvidas e discussões. Dado que, utilizando as palavras do poeta John Donne, “nenhum homem é uma ilha”, não é surpreendente que exista mais de uma opinião com relação ao significado da principal base de formação humana e educacional existente. Contudo, é mister a criação de um conceito que possa evitar o preconceito e desrespeito frente as diversas formas de constituição de famílias. Seria possível aceitar muitos dos argumentos utilizados por aqueles que se prendem ao tradicional conceito de “pai, mãe e filhos”? Grande parte dessas pessoas afirma que apenas o grupo formado por homem, mulher e sua prole é capaz de criar pessoas mais educadas, éticas e bem sucedidas. Contudo, mães solteiras, pai solteiros ou até irmãos mais velhos são capazes de educar e dar carinho a crianças dependentes. E não se deve esquecer que fora uma maioria de famílias “tradicionais” que criou muitos dos criminosos e mal caráteres vistos hoje em dia. Diante de tais fatos, fora criada em 2014, pela Câmara dos deputados, uma enquete com escopo de promover um maior número de discussões sobre o conceito de família previsto na lei. Os resultados de tal enquete indicam que o país encontra-se muito dividido com relação à aceitação de “mudanças” no ambiente familiar, uma vez que são fortemente influenciados pela sociedade, religião e por demais instituições tradicionais. Como diria Rousseau “a sociedade corrompe o homem” de forma que as ideias próprias são quase inexistentes, o tradicionalismo é muitas vezes imposto como verdade e qualquer coisa que o ameaça, torna-se intolerável. Contudo, não é impossível lutar pela pluralidade familiar, assim como se deve lutar pela conquista da liberdade, igualdade, etc. Portanto, pode-se dizer que a instituição base do caráter humano deve ser vista como extraordinária, independente de sua composição. Para que as diferenças sejam aceitas, é necessário que se compartilhem ideais, através de discussões, redes sociais e demais meios de comunicação em massa. Desta forma, a sociedade poderá aceitar que casais hetero ou homossexuais, com filhos ou sem, casados ou não, podem constituir uma família, mostrando que, se todos imaginarem um mundo, como John Lennon, o homem pode ir muito além de religião e tradicionalismo, ele só precisa de amor, não importando a sua fonte.