O conceito de família já teve diversos significados durante a história da humanidade, se mostrando em constante metamorfose e intimamente ligado ao afeto, o que é evidente, principalmente, na sociedade romana, onde era comum que homens tivessem filhos adotados pois tinham afeto por esses. Hoje, na sociedade ocidental, é comum, dentre a parcela conservadora da população, a ideia de que a única família legítima é a “família tradicional”, com pai, mãe e filhos consanguíneos. Essa concepção equivocada mostra o etnocentrismo que muitos conservadores apresentam. Etnocentrismo esse, que está intimamente relacionado ao analfabetismo científico e ao extremismo religioso, que não levam em consideração o relativismo cultural, a adaptação das sociedades, ou a liberdade individual. Todo indivíduo tem sua própria história, seus próprios desejos, amores e necessidades. Todo indivíduo deve ter a liberdade de criar laços familiares com os que tem afeto e os considera de tal modo. Não cabe a religião ou ao senso comum decidir a vida de cada um, principalmente quando essa decisão é anticientífica e prejudicial à vida de milhões de pessoas . Portanto, é dever dos Governos defender a família, seja essa tradicional ou moderna, sem juízo de valor e prezando pela felicidade e saúde emocional do indivíduo, sendo correto, então, aprovar o casamento entre homossexuais e considerando esses, também, uma família. Não obstante, é necessário que a comunidade científica se posicione e refute, por meio da internet e da televisão, qualquer senso comum que tange esse assunto, para, assim, acabar com o analfabetismo científico que atormenta a sociedade ocidental.