Na série Diários de um Vampiro, a personagem Elena e seu irmão Jeremy passam a morar com sua tia após seus pais morrerem em um acidente de carro. Fora das telas, entretanto, tal relação não seria considerada uma família segundo a legislação brasileira. Visto que esse conceito é pessoal, esse problema de reconhecimento se repete em diferentes situações e, em alguns casos, envolve o preconceito. O Estatuto da Família restringe o direito desse conjunto a dois indivíduos do sexo oposto unidos por meio do casamento. Todavia, essa definição exclui grande parte da população, a qual possui arranjos familiares que divergem do tradicional. É o caso de mães e pais solteiros, por exemplo; avós e tios que criam as crianças; irmão órfãos os quais se apoiam emocionalmente um no outro. Em todos esses cenários os membros se consideram uma família. Além destas, ainda há o caso específico da união homoafetiva excluída dessa concepção habitual através da justificativa de que não procriam. Contudo, tal argumento é completamente homofóbico, uma vez que existem casais, compostos por um homem e uma mulher, incapazes de gerarem uma criança por serem estéreis. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, posto que o conceito de família é algo relativo. Cabe aos deputados e senadores responsáveis pelo Estatuto da Família observar os diferentes tipos de organização da sociedade brasileira a fim de realizar julgamentos mais eficientes. Ademais, é preciso que a população reivindique seus direitos por meio de manifestações e protestos. Somente assim, caminharemos para uma conciliação entre os interesses dos cidadãos e do Estado.