CONCEITO DE FAMÍLIA NO SÉCULO XXI A história da humanidade está vinculada a família. Partindo do nomadismo para o sedentarismo, tem-se inicio as primeiras sociedades, apoiadas no parentesco das pessoas nos grupos que se fixavam em certo local. Porém, a configuração familiar vem mudando e nos dias atuais é protagonista de vários debates, dentre eles, sua definição, discutida no Brasil principalmente com a proposta de um Estatuto da Família. A família contemporânea não se limita mais ao formato tradicional como visto no código civil brasileiro de 1916, ou seja, envolta e aceita somente pelo matrimônio. Em 1977, por exemplo, houve a aprovação do divorcio e anos depois a admissão da união estável civil, ambas sob a acusação - dos mais conservadores - de ser uma afronta à família brasileira. Todavia, as discussões sobre o tema não sessaram, em 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconhece o casamento homoafetivo e em 2015 o direito de tais casais adotarem crianças, intensificando o debate. Ademais, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) existem no Brasil pelo menos cinco modelos familiares. O Estatuto da Família apresentado para votação no congresso, no entanto, define família, simplificadamente como pais e filhos, retomando o formato do código civil de 1916 e ignorando os: pai e mãe solteiros, a Multiparentalidade, filiação sócioafetiva, casais homosexuais e o individuo (unipessoal) que vive só, também visto como núcleo familiar pelo IBGE. Diante de tais fatos, é notável o retrocesso, visto que - mesmo a família tradicional sendo maioria - é perceptiva a existência de ramificações variadas da própria família nuclear. A impressão sobre o exposto acima, portanto, mostra não uma luta de gênero, convicções ou estrutura familiar, mas sim – é possível dizer - de direitos civis. O Brasil, sendo um país laico, sob a declaração da lei magna de proteger a todos sem discriminação de qualquer natureza, deve assegurar cada estrutura familiar e seus direitos legais de cidadão. Para isso, as propagandas midiáticas, esclarecimentos para a sociedade em forma de campanhas, palestras são válidas. Além disso, as escolas devem orientar os alunos contra o ato de preconceito e discriminação, dado que são uma realidade as diferentes famílias, sobre tudo a homoafetiva, para assim, termos uma sociedade e um país mais respeitável e justo, independente de tradições e crenças.