A palavra família tem ganhado uma nova reconfiguração de acordo com o tempo. A série americana “Modern Family” retrata devidamente essas diversas mudanças ocorridas na composição parental, visto que a mesma apresenta modelos que não são considerados “convencionais” por muitos indivíduos. Dessa forma, as transformações sociais acabam sendo tratadas intolerantemente por uma parcela da população. Por isso, rever essa situação torna-se indispensável para analisar suas consequências na contemporaneidade. Vale ressaltar que as modificações não ocorrem somente nas relações afetivas, mas também na questão legislativa, auxiliando assim a formação de novas estruturas. Isso pôde ser observado, principalmente, a partir do estabelecimento dos direitos de casais homossexuais, do aumento do empoderamento feminino e da gradativa facilitação na construção de núcleos monoparentais, como visto na adoção de crianças por pais solteiros. Além disso, segundo a psicóloga Lulli Milman, a configuração dos relacionamentos faz com que o conceito de família seja ampliado, já que em tese a criança passa a ter mais pessoas cuidando dela. Logo, assim os núcleos sociais por pessoas unidas através de laços afetivos se tornam maiores. Entretanto, no contexto histórico brasileiro são vistas as raízes do conservadorismo presente em uma parcela da população. Sabe-se que desde a vinda da corte real, a família tinha um caráter medieval, caracterizado pelo patriarcalismo. Ainda existem indivíduos que possuem uma “visão engessada” a respeito dessa instituição. Isso pôde ser visto em 2016, no qual a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para analisar o projeto do Estatuto da Família, que considera como família os núcleos formados exclusivamente por homem e mulher. Contudo, segundo o ex- primeiro ministro Clement Attlee, a democracia não é aceitar somente a lei da minoria, mas é respeitar e considerar os direitos da minoria. Sendo assim, os grupos que representam a menor parcela populacional não podem ser excluídos ou descriminados por leis que os restringem, mas sim aceitos pela sociedade. Pode-se perceber, portanto, que o conceito tradicional familiar vem sendo alterado gradativamente. Porém, muito ainda precisa ser feito para que a descriminação acabe. Assim, o Ministério da Educação poderia promover palestrar e informativos para conscientizar a população contra o preconceito. Também é importante a utilização de veículos midiáticos e redes sociais, através de anúncios e postagem, para fazer com que as diferenças sejam respeitadas. Visto isso, é necessário agir segundo a visão aristotélica, no qual a poética deve ser utilizada de modo que por meio da justiça o equilíbrio seja alcançado.