A evolução do sistema capitalista abalou as bases sólidas das famílias como eram conhecidas antigamente. A diversidade na conformação dos pais comprova a ausência de estruturas absolutas nesse meio na contemporaneidade. Dessa forma, foram criados novos desafios para a sustentação familiar permeada por tantas anomias como diria Émile Durkheim, a exemplo da monoparentalidade e de casais homoafetivos com filhos. Em primeiro lugar, o individualismo e a independência contribuíram para o surgimento de mães solteiras, principalmente, por opção. Isso se deve ao fato de que ascensão feminina associada ao trabalho forneceu certa autonomia econômica em suas relações, alcançando, assim, a liberdade necessária para construir uma família por si só. Dessa forma, é inegável a possibilidade de sucesso nessa área, visto que, de acordo com o censo de 2010, 3.4 milhões de famílias brasileiras são geridas por uma matriarca e não são de todo disfuncionais. Outro fator importante a ser destacado é o preconceito para comas relações homoafetivas oficializadas que envolvem crianças. Esse número atingiu a marca dos 60 mil em 2010, também segundo o censo, porém ainda é mantida por muitos uma visão atrasada disso como algo "anormal", excluindo o amor e o carinho como bases de um lar, e, além disso, o fato de a maioria dos casos de famílias desestruturadas ocorrerem nas consideradas "normais". Assim, filhos de casais de mesmo sexo estão sujeitos a piadas nas escolas, até mesmo vindas dos pais das outras crianças, chegando a ocorrerem agressões ou, ainda, mortes. Fica evidente, portanto, que um dos maiores desafios dos lares contemporâneos é a sua própria diversidade. Então, é necessário que as instituições escolares promovam o respeito, inicialmente, nas crianças, a partir da aceitação dos diferentes pais existentes na sociedade como algo comum, evitando, assim, fatos como o bullying. Além disso, cabe à mídia exercer sua função formadora, apresentando novelas e programas com variedades parentais com relações bem construídas, destruindo a visão conservadora de que uma família não pode se sustentar sem conformação clássica.