A partir da Idade Média, com o crescimento do poder atribuído à Igreja, o modelo familiar tradicional passou a ser criado. A necessidade de perpetuação da espécie e -mais tarde, com o surgimento da burguesia - de obtenção de lucros para o sustento de uma família moldou os hábitos do mundo moderno. Nos últimos anos, entretanto, novos modelos familiares vem surgindo a contragosto de antigos ideais. A chamada Revolução Técnico-científico-informacional colaborou com tal mudança. Ao propiciar avanços na medicina e a difusão do acesso à educação, pôde-se permitir às mulheres sua incorporação mais ampla no mercado de trabalho fazendo-as chegar, muitas vezes, a posições de comando em diversos setores. Consequentemente, houve um aumento de sua jornada de trabalho representando o fim da era "mãe dona-de-casa" . Surgem, assim, lares em que o pai assume os cuidados domésticos e a mãe torna-se provedora da renda familiar. Outro novo perfil de família pôde ganhar espaço graças às mídias atuais, que trouxeram uma abordagem mais natural a lares compostos por casais homoafetivos. Vinculando ao enrendo de telenovelas personagens que representassem tais perfis, foi possível criar uma maior familiaridade ao expor o cotidiano desses que, como qualquer constituinte de família, apenas buscam estabilidade e felicidade. Porém, ainda é sentida, em diversas sociedades- sobretudo a brasileira, graças ao grande conservadorismo nela presente- a não aceitação de novos modelos familiares. Seja de forma explicita, como na exposição de manifestações de ódio a homoafetivos, ou de maneira mais sutil, com o isolamento imposto a tais indivíduos ou com a atribuição de menores salários às mulheres, nota-se o atraso em relação a essa questão. É essencial que se busque a reversão desse problema com uma abordagem cultural. O incentivo a novelas, filmes, livros e produções teatrais que incorporem a temática deve ser garantido por um Estado que almeje o bem estar de seus cidadãos. Além disso, deve-se impor maior rigor à aplicação de leis que punam a discriminação por opção sexual, bem como, a disparidade de salários entre homens e mulheres. Para isso, deve ser incentivado, também pelo Estado, a fiscalização de transgressões pelos cidadãos, assim como, a sua denúncia.