Segundo o artigo V da Constituição do Brasil de 1988, “todos são iguais perante a lei”. No entanto, no que desrespeita aos novos modelos contemporâneos de família, esse artigo se contrapõe pelo preconceito, falta de respeito e dignidade dos lares formados diferente da tradição socialmente aceita, ou seja, pai, mãe e filho. Afinal, as transformações dos valores éticos e morais, a criação de leis e a inserção da mulher no mercado de trabalho contribuíram para as mudanças na concepção da “célula mater” da sociedade. Logo, é necessária uma organização e aceitação dessa estrutura para que o artigo V faça valer para todos os diferentes tipos de família. Em primeiro viés, é notório salientar que cada indivíduo possui uma liberdade de escolha. Diante dessa liberdade ressaltada, principalmente, hodiernamente, as pessoas têm o livre arbítrio de casar e separar a hora que quiser, de escolher o seu parceiro, seja ele homem ou mulher e definir a quantidade de filhos. Desse modo, o Censo Demográfico de 2010 demonstrou que 20 por cento dos casais formados pelo mesmo sexo declararam ter filhos. Nesse parâmetro, mostra-se essa liberdade e uma quebra de valores criados na Idade Média, na qual família era, apenas, a união de um casal heterossexual e seus filhos. Assim, fica evidente que a família transformou em um mosaico formado por homossexuais, tios, avôs, apenas por mãe ou pai, entre outros. Somado a isso, é importante salientar que, mesmo já existindo leis, como a do divórcio e o Estatuto da família que facilitam a aceitação dessa nova concepção, a sociedade, ainda, não aceita essas mudanças, já que muitas pessoas as consideram como tabus. Isso é fruto da forte influência da religião que prioriza o matrimônio entre homem e mulher e do preconceito enraizado no Brasil. Um dos exemplos desse preconceito mesmo com as mudanças, é um lar que antigamente era patriarcal, ou seja, a figura masculina era responsável da parte financeira e a figura feminina dos filhos e da casa, criando uma visão machista. Com a inserção da mulher no mercado de trabalho modificou o papel delas, possibilitando-as de até criar os filhos sozinhos. Dessa forma, fica evidente que as novas representações da “célula mater”, ainda, não são aceitas socialmente. O Governo Federal deve promover campanhas que ressaltem a nova concepção de família e a diversidade, por meio de palestras com ajuda da mídia na divulgação nas propagandas, a fim de levar a aceitação da sociedade. Ademias, deve ser obrigatório no currículo escolar uma matéria que discuta essas novas representações junto com os valores. Só assim, as famílias serão respeitadas iguais perante a lei.