Ao longo da história ocorreram diversas transformações ideológicas, sociais e históricas que influenciaram significadamente na modelo do conceito atual de família. Antigamente, as famílias tinham uma estrutura patriarcal em que o homem era o chefe da casa e a mulher era responsável pelos afazeres domésticos e criação dos filhos, porém à medida que houve a modificação do papel dos indivíduos dentro da sociedade, aumentou-se a liberdade individual de escolha em relação ao arranjo familiar que cada um desejava adotar em sua vida. A sociedade brasileira ainda é muito conservadora, perpetua-se a valorização de valores e ideais ligados a velhos regimes e à religião, o que dificulta o desenvolvimento de uma mentalidade mais aberta diante à diversidade popular. Esse conservadorismo tem raízes desde a formação das tribos indígenas e das famílias dos senhores de engenho, em que o homem era o alicerce da moradia e a mulher era obrigada a se casar para manter a sua honra e por interesses familiares. Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento de correntes feministas, a visão da família começou a se modificar devido à conquista da autonomia da mulher, que passou a fazer um planejamento familiar e a fazer uso de anticoncepcionais, pois estas já não eram obrigadas a ter filhos. Com aumento da liberdade as pessoas também passaram a assumir sua sexualidade e a lutar por seus direitos como, por exemplo, casais homossexuais passaram a reivindicar seu direito ao casamento na justiça e à adoção de crianças. A configuração do mundo atual é marcada pela multipolaridade ideológica e saber conviver com a diferença é um grande desafio para a sociedade, pois a formação sociocultural do país influencia na maneira como as pessoas constroem os valores sociais. O conceito de família é próprio de cada cultura enquanto nos países asiáticos a união de pessoas do mesmo sexo é alvo de punição e executamento, nos Estados unidos essa união é aceita perante a lei. Portanto, para resolver esse impasse, cabe ao Estatuto da Família a reformulação das leis em prol da aceitação dos novos modelos de relacionamentos e as escolas poderiam promover palestras feitas por novos modelos de casais com o intuito de mostrar aos jovens que a afetividade é o que define uma família e que o respeito é a base para um bom convívio social e para o progresso humano.