Não é difícil perceber que um dos maiores dilemas atuais, no Brasil, é a busca de um conceito para a palavra "família". Fatores como a globalização auxiliaram para que os grupos oprimidos ganhassem destaque, o que garantiu-lhes maior liberdade, principalmente para formar famílias com um padrão bem distante do estabelecido pelos grupos conservadores. Nesse contexto, é necessário expor a relação entre os membros familiares contemporâneos, a fim de avaliar se esse novo padrão realmente representa um benefício para a sociedade. Em primeiro plano, é válido destacar os efeitos dos movimentos feministas sobre o papel das mulheres na família. Antigamente, elas eram limitadas apenas aos afazeres domésticos e os homens eram os "chefes" da casa. Após diversas lutas, as mulheres conseguiram provar que são capazes de trabalhar formalmente. Além disso, provaram que os afazeres domésticos podem ser realizados, também, pelos homens, democratizando as funções de ambos os sexos na família e proporcionando certa independência à mulher. Em segundo lugar, cabe ressaltar que a adoção por casais homoafetivos é uma realidade em alguns Estados Brasileiros, o que pode representar um grande avanço na diminuição do número de crianças órfãs - que já ultrapassa 3 milhões, conforme apontado pela ONU. Porém, o preconceito dos grupos conservadores pode tornar esse avanço um retrocesso: recentemente, houveram casos de adolescentes agredidos apenas por serem filhos adotados por casais homoafetivos. Como exemplo, pode-se citar o caso de Rodrigo Petersen, de 14 anos, que foi vítima de agressões em frente a escola. Por todos esses fatos, é evidente que as mudanças na representação da família podem ser benéficas para a sociedade e, portanto, devem ser respeitadas. Os órgãos de justiça devem criar leis que defendam os membros das famílias inclusas nesse novo padrão, para que não hajam injustiças e nem preconceitos provenientes de uma parcela que segue um conceito arcaico. A mídia, por sua vez, pode criar programas que retratem as novas formações de família, como as novelas, incentivando a aceitação e o respeito dos grupos conservadores que as assistem. Dessa forma, não estaremos tão distantes a ter um Brasil que prioriza o bem estar de seu povo, independente de qualquer dogma.