Desde os primórdios, o homem vive uma busca incessante por melhorias em sua condição de vida. A partir da Revolução Industrial, tal progresso se deu de maneira mais rápida, frente à disponibilidade de novos recursos e tecnologias. A ciência, responsável por profundos impactos na história da humanidade, se revela como motor dessa evolução humana. Entretanto, é sempre protagonista de conflitos nos âmbitos moral e ético. Inquestionavelmente, inúmeros são os avanços que o progresso científico proporcionou. Aumento da expectativa de vida, diminuição da mortalidade infantil, desenvolvimento de vacinas e curas para doenças são apenas alguns exemplos de tais melhorias. No entanto, sua má utilização também pode gerar impactos negativos, como por exemplo, a utilização de bombas nucleares em conflitos globais. Além disso, surgem embates no âmbito biomédico, relacionados a questões como a clonagem, utilização de células-tronco, transgenia, entre outros. A problemática então, reside na maneira com que o homem se apropria da ciência e até que ponto ele pode dominá-la. Segundo Max Horkheimer, filósofo frankfurtiano, a razão instrumental não deve se sobrepor à crítica. Quando os conhecimentos científicos passam a ser utilizados como instrumento de dominação e manipulação da natureza e dos seres vivos, a razão instrumental passa a atuar, e acaba por escravizar os indivíduos. No desenvolvimento de novas técnicas tecnológicas, portanto, devem ser levados em consideração quais são seus objetivos e quais resultados produzirão. A ciência deve estar a serviço do ser humano e da natureza e os seus métodos devem respeitar os direitos naturais dos seres e trazer lhes benefícios. Dessa forma, para que haja uma conciliação entre ciência e moral, os avanços tecnológicos devem ter como propósito o bem-estar humano, não importando em quais áreas atuarem. No âmbito medicinal, a vida deve ser respeitada e preservada. Já no campo agrícola, técnicas sustentáveis devem ser desenvolvidas, a fim de reduzir os impactos ambientais. E, se por um lado, limites devem ser respeitados, a sociedade também não pode se mostrar como uma barreira ao desenvolvimento científico, devendo ser conscientizada de que tais inovações levarão a um progresso e evolução humano.