O mundo, em sua ampla unidade, vêm se lapidando e aperfeiçoando gradualmente e de maneira acelerada. Em pleno século XXI, estamos diante a um planeta moderno, cybernético e globalizado, capaz de empreendimentos sequer cogitados no ideal de nossos ancestrais. Nesse contexto, desapontando expectativas utópicas, o amadurecimento moral do ser humano, que deveria caminhar paralelamente ao desenvolvimento científico, encontra-se estagnado, bloqueado pelos desafios éticos da sociedade como um todo. Respectivamente, ao mesmo passo que o homem adquire conhecimento, o monopoliza a fim de satisfazer anseios de pequenos grupos. O resultado é a formação de uma sociedade individualista e materialista, guiada pela futilidade e indiferente aos direitos mútuos. Uma amostra do atraso moral em virtude ao desenvolvimento tecnológico, é o uso do setor científico para o campo bélico. Ao longo dos séculos, atrocidades representaram as consequências do uso errôneo do conhecimento humano. Milhares de mortes decorreram da fabricação e incrementação de armas, como a exemplo, o massacre causado pelas guerras mundiais - em destaque à tragédia de Hiroshima e Nagazaki - cujo ocorrido explicita claramente até onde o ser humano pode ir a fim de satisfazer seu complexo de superioridade e fome por poder. Outro reflexo do mau uso do progresso é o capitalismo exacerbado, que fomenta a competição individual e incentiva a escalada para os status de "ser superior", no qual o homem que possui mais domina os que o precedem. Diante disso dá-se início à incessante corrida para uma maior produção, deixando de lado a preocupação pelo meio ambiente - agente que sofre diretamente as consequências do capitalismo - e pelos setores menos abastados, marginalizados continuamente pelas elites. De tal forma, em vista da configuração de uma sociedade cada vez mais egocêntrica, torna-se urgente a conscientização do homem para o bom uso de suas conquistas científicas. O homem, antes de tudo, deve saber usar as ciências para fins de bem coletivo e parar finalmente de atender apenas a pequenos setores da sociedade. Para isso, a conscientização individual deve ser reforçada mediante uma legislação rígida que controle o desenvolvimento tecnológico, abolindo o uso do mesmo se voltado para práticas que desfavoreçam qualquer mínimo setor da população. Em resumo, leis que orientem a tecnologia para a erradicação da desigualdade, para que se aprimore a infraestrutura, a área da saúde, promovendo uma melhoria nas condições de vida de cada cidadão de forma sustentável. Dessa forma, verão-se tendências primitivas se dissipando, dando espaço a um novo homo-sapiens evoluído de fato.