É notório que a ciência trouxe para a humanidade oportunidades de obter melhor qualidade de vida. No entanto, além de serem mal distribuídas na sociedade, tais vantagens vêm acompanhadas do aproveitamento inconsciente da natureza. Nesse sentido, para garantir o uso desses avanços com responsabilidade moral, tal problemática precisa ser analisada e corrigida. Inicialmente, necessita-se observar que a desigualdade, infelizmente, vem sendo protagonista do desenvolvimento científico. Isso pode ser comprovado na própria história, que foi marcada pelas relações de dominação colonial e imperialista de países ricos, fator esse que gerou não só a industrialização tardia e dependente das nações subdesenvolvidas, mas também atraso destas no setor tecnológico. O principal legado dessa realidade encontra-se na existência de famílias de boas condições econômicas, contrastando com comunidades carentes às quais, por estarem sobre tutela de governantes corruptos e atrelados aos interesses de grandes empresas, acabam ficando à mercê de políticas insuficientes de dispor subsídios primordiais como saúde, educação e moradia. Juntamente, ressaltam-se a eclosão de ameaças ambientais. Esse quadro ocorre porque, no passado, não houve a formação de uma preocupação com meio natural. Tudo isso pode ser visado pelas próprias ideias de iluministas como Kant, Smith e Bacon, aos quais pregavam ser a natureza exterior ao homem. Essa mentalidade, aliada a formação de uma cultura capitalista voltada para o lucro e consumo sem limites, tem levado ao esgotamento de matérias primas e às variadas alterações como o aquecimento global, extinção de espécies, aumento de doenças ligadas a poluição, dentre outras. Para superação de tais equívocos, portanto, é importante a mobilização de amplos setores. Os Estados devem aplicar verbas em limpeza urbana, tratamento adequado de lixos, incentivo ao transporte público e uso de energias limpas, bem como a imposição de multas ás empresas poluidoras. Os governos também precisam investir em infraestrutura e profissionais possibilitando a todos o acesso aos benesses da tecnologia em suas habitações, nos hospitais, instituições de ensino e demais locais relevantes. Paralelamente, o incentivo à preservação ecológica deve ser divulgado pelas mídias e escolas, de modo que a sociedade passe a reduzir o consumo e cobrar dos órgãos públicos e privados maior preocupação e promoção do desenvolvimento sustentável.