O progresso moral pode ser caracterizado como um índice de consciência dos atos individuais e coletivos do indivíduo na população. Ou seja, ele só será pleno quando todos possuírem as mesmas oportunidades e a mesma formação que os possibilite uma melhor compreensão de suas decisões. No entanto, uma grande concentração de renda decorrente do desenvolvimento técnico-científico vem comprometendo esse sistema moral vigente na sociedade. É inegável que houve uma melhora na qualidade de vida de um cidadão médio devido ao progresso científico ao longo dos últimos 250 anos. Entretanto, a maior parte da renda produzida nesse período foi concentrada nas mãos de poucos, e o pouco restante nas mãos de muitos. Consequentemente, a “Corrida dos ratos”, como afirma o empresário e escritor Robert Kiyosaki, fica totalmente comprometida, já que os sucessores dos detentores de capital “largam na frente” por possuírem vantagens em relação aos demais, tornando a tal corrida injusta. Além disso, essa má distribuição gera uma consequência que agrava ainda mais o índice de desigualdade social, já que para pessoas de camadas sociais mais baixas, o contato com novas tecnologias acaba se tornando inviável, principalmente por questões financeiras, e, então, são excluídas da sociedade moderna. Diante deste fato, em um cenário em que a engenharia genética melhorasse a ponto de reproduzir métodos que evoluíssem o ser humano (adicionando qualidades ou tornando-o imortal, por exemplo), apenas uma pequena parcela dos cidadãos teria acesso a essas inovações, dividindo ainda mais a sociedade. Logo, uma maneira de diminuir essa desigualdade para que todos tenham as mesmas oportunidades e sejam incluídos tanto no progresso científico quanto moral é aumentar a distribuição de renda. Portanto, seria ideal que o governo fizesse uma reforma tributária que tornasse progressivo o imposto de renda: quem tem mais, paga mais.