É notório o progresso humano desde as primeiras revoluções industriais. Investimentos em transportes, tecnologia e medicina proporcionaram um mundo globalizado e cada vez mais conectado, entretanto, a falta de controle sobre as consequências desses avanços causam impactos negativos, sejam no campo ambiental ou no campo ético, e remete à discussão entre os limites entre o progresso humano e o progresso do mundo como um todo. Durante as primeiras revoluções industriais, o carvão era usado como combustível para os motores de indústria. As informações sobre os perigos da queima do carvão eram escassas, então não havia nenhum tipo de controle do quanto era queimado. Os tempos passaram e o carvão foi substituído pelo petróleo - um combustível fóssil não renovável que impera até hoje. Somado à isso, ainda há o lixo industrial, que era descartado sem nenhum tipo de controle e que polui solos e rios, prejudicando a vida dos seres vivos naquele ambiente. Estudos ambientais cresceram e foi descoberto que a queima desses combustíveis causavam consequências negativas na natureza. Foram regulamentos para a queima foram criados, como o uso de filtros nos tubos de escape dos carros para conter a poluição, limites diários de queima em indústrias e locais apropriados para a coleta de lixo industrial. Porém, a falta de fiscalização, aliada ao desrespeito às leis por parte das empresas - que visam cada vez mais o lucro e pouco se importam com o mundo em que vivemos - criam um problema ambiental grave. O filósofo polonês Arthur Schopenhauer já dizia séculos atrás "O perfeito homem do mundo é aquele que jamais hesitasse por indecisão e nunca agisse por precipitação". A falta de empenho no planejamento para o futuro e a precipitação de antecipá-lo geram um desgaste enorme na população, não apenas no fator ambiental, mas também na ética, não apenas a partir da iniciativa privada, mas também pelo próprio poder público. Cidades são construídas e reformadas a cada dia, porém, essa evolução não é acessível para todos. Muita das vezes, as minorias são marginalizadas em seus próprios bairros, como no caso dos cadeirantes que não conseguem andar em calçadas pois esta contém diversos postes que impedem a locomoção do cadeirante em questão. Pouquíssimas são as cidades onde no semáforo há comandos de voz para indicar para uma pessoa que perdeu a visão que ela pode atravessar a rua. Uma população cada vez maior de pessoas morando nas ruas porque não há abrigos públicos. Infere-se, portanto, que a problemática do progresso insustentável pode ser resolvida com ações que visam o reforço na fiscalização dos impactos ambientais causados pelas empresas, como a criação de órgãos do estado com esse intuito, punindo com multas os responsáveis por essas empresas. A mídia tem seu papel fundamental de documentar e retratar à população sobre os impactos que um desenvolvimento sem controle podem causar. A população deve pressionar o governo para investir um planejamento com mais ética, incluindo acessibilidade a todos os grupos menosprezados pelo Estado, estando cada vez mais próximo do fictício "Perfeito Homem do Mundo" de Schopenhauer.