Título da redação:

O nivelamento tecnológico e moral

Tema de redação: O progresso: entre o científico e o moral

Redação enviada em 22/05/2016

O Brasil tem uma das maiores reservas de ferro do mundo, sendo grande produtor e tendo parte de seu PIB dependente do setor de minérios, que concentra grandes investimentos internos e externos. Para isso, há larga mão de obra e grau tecnológico. Embora traga retorno econômico, o país ficou marcado por um desastre no final de 2015, quando uma das barragens de uma mineradora, a Samarco, se rompeu, causando a morte de várias pessoas, eutrofização do Rio Doce e danos materiais às famílias. Essa situação mostrou o descaso da empresa, que não se preocupou em manter os padrões de segurança. Hoje, esta mostra mais propostas para voltar às atividades do que para solucionar os problemas socioeconômicos e ambientais. Embora tenha sido um incidente extremo, situações como essa se repetem. Isso mostra uma linha tênue entre o progresso científico e moral. Ainda que a tecnologia ofereça avanços, esta traz sérias consequências, que requerem cuidados e responsabilidades - as quais, muitas vezes, precisam de dinheiro para serem tomadas, e, inúmeras vezes, são negligenciadas. A ciência é dual: levanta questionamentos e propõe liberdade, porém, é tida como forma de poder que nem todos podem ter. Isso gera uma exclusão social e econômica, deixando os desprovidos desse poder à mercê dos que o possuem. Essa iniquidade também pode ser notada na esfera mundial, onde os países desenvolvidos dominam a tecnologia industrial e se aproveitam das brandas leis ambientais, baixos impostos, mão de obra barata e commodities de países subdesenvolvidos. Com isso, há acumulação de renda e poder, além de dificultar a ascensão de outras potências, e, consequentemente, privando de melhores condições para a população, como investimentos em saúde, educação, saneamento básico e transporte. Percebe-se que a ambição frustra, frequentemente,o bem estar coletivo. Esses problemas poderiam ser evitados com a ajuda da OMC (Organização Mundial do Comércio), através de subsídios e regulamentação de preços, impedindo o monopólio e protecionismo, nivelando a economia, a aplicação severa de leis ambientais já existentes através do Governo Federal e seus órgãos, como o IBAMA, a fim de minimizar os desastres ecológicos e reafirmação de programas sociais do Governo Federal, com o propósito de reduzir disparidades.