Thomas Hobbes já dizia em sua obra Leviatã, que o homem é o lobo do próprio homem, ou seja, por si só o homem seria incapaz de encontrar paz e ficar fora de conflitos e que era necessário regras, para que o mesmo fosse contido. Mas o porquê dessa visão? O cenário era de uma transição do medieval para o absolutismo monárquico, era necessário segundo Thomas Hobbes regras para o próprio homem, regras morais, éticas, de conduta, de trabalho, de limites para que o próprio progresso e avanço necessário na época, fossem alcançados. Os anos passaram, mas o olhar critico voltado para a sociedade, tem sim suas verdades. O progresso chegou e de fato com ele melhorias inimagináveis aconteceram. Mas a natureza humana não se alterou drasticamente a ponto de torna-se totalmente melhor ou pior pelo continuo progresso cientifico, muito pelo contrário, ela continua não sendo boa, se fosse, não seria necessário regras até hoje para o convívio social, nem limites para não invadir a liberdade do próximo. Ou mesmo prisões, para conter os que fogem da conduta correta perante a sociedade. Logicamente é claro que o avanço cientifico, junto com as mídias sociais tem grandes influencias, mas não define sua escolha nem sua mentalidade, de direciona a ser alguém consumista, de valorizar coisas passageiras, perecíveis, mas se ha uma construção sólida desde a criação do individuo isso não será relevante para definir sua personalidade, nem seus valores, a ponto de torna-lo interesseiro e individualista. No entanto este mesmo avanço, muitas vezes mal fiscalizado, é suficiente para gerar problemas sociais e ambientais, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte construída na bacia do Xingu, que deixou sem teto mais de 60 mil famílias, entre elas índios e pescadores, sem contar que o desvio de muitos rios para a hidrelétrica, provocou a morte significativa de diferentes espécies de peixes, atingindo diretamente os que sobrevivem da pesca. Sob a promessa de criação de hospitais, de rede de esgoto, de trabalho, os habitantes da região vão vendo suas casas sendo derrubadas em nome do progresso, para não dizer em nome de interesses individuais de quem esta no poder, que pode alterar o quadro ou ao menos para benefícios de ambos os lados, como a prefeitura, os governantes e demais órgãos. Portanto, que o faz com que aja choque entre o cientifico e o moral é o somatório de outros problemas, como uma educação falha atrelada a má influencia que a mídia exerce, a fiscalização precária de empresas que geram verdadeiros impactos em cidades inteiras, sem qualquer preocupação ou com promessas não cumpridas, deixando um verdadeiro rastro de destruição, é visível que tanto o progresso como regras de conduta moral são essenciais, para o desenvolvimento da própria sociedade desde sua formação, como já previa Hobbes, mas de uma forma consciente, afinal vai atingir a todos.