O século XVIII foi o grande propulsor do pensamento científico moderno. Opondo-se ao teocentrismo, os iluministas começaram a impulsionar o poder da razão. O movimento iluminista buscava um conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista. Mas, assim como a moral, que é historicamente construída e modificada, o objetivo do iluminismo pode ser adaptado às condições estabelecidas pelo homem. É notória as melhorias proporcionadas pelo progresso científico. Em virtude dos avanços na medicina, por exemplo, a expectativa de vida, que era de 30 anos em 1900, atualmente beira os 68 anos. Hoje, basta ter acesso à internet para compartilhar informações, adquirir novos conhecimentos, entrar em contanto com amigos e familiares, pagar contas, agendar voos, entre outras coisas que antes eram impossíveis. Em contrapartida, o progresso científico proporcionou a criação de armas, o capitalismo exacerbado e tirano, a contaminação química dos alimentos, a poluição dos rios e outras circunstâncias que remetem a questionamentos acerca dos benefícios e malefícios do progresso científico. Em outras palavras, o progresso científico é, de fato, progresso, ou apenas um regresso que proporciona a melhora a curto prazo, mas ceifa a humanidade a longo prazo? Portanto, é necessária uma reestruturação do pensamento humano. Como é sabido, a ética corresponde à reflexão sistemática sobre os problemas da moral, isto é, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais no âmbito coletivo e individual. Então, por meio da escola e de políticas do Estado, devem ser propagados ensinamentos que gerem alteridade e senso crítico às pessoas para que elas possam reflexionar suas ações. O setor privado, por sua vez, precisa estudar e aplicar o capitalismo consciente, que procura, antes do lucro, oferecer um produto ou serviço de impacto positivo na sociedade. Em resumo, o progresso deve ser pautado pela alteridade e pelo pensamento crítico.