Atualmente, é comum lermos, nas informações em circulação na mídia, sobre nosso estado cívico, moral, científico e tecnológico em um aspecto idealizado, abordados apenas em seus pontos positivos. A exclusão e marginalização social, a desigualdade, a concentração de renda, entre outras mazelas, são ofuscadas pelos grandes lucros de transnacionais com inovações na tecnologia, encurtamento das distâncias entre as regiões, alta velocidade na transmissão de informações. Sendo estes últimos aspectos ausentes em várias regiões do globo. Sem dúvida houve progresso na área científica nos últimos anos; no entanto, há vários indicadores de que isto não está sendo voltado para a evolução integral do conjunto de seres humanos do planeta. A situação que vivem os habitantes das regiões mais desenvolvidas é oposta à dos que vivem em regiões menos desenvolvidas. Diariamente, seres humanos morrem por inanição, por doenças curáveis, por insalubridade, no continente africano, enquanto a abundância de boas condições de vida predomina em regiões como a Europa ocidental e a América do Norte. Não há sinal de progresso moral na humanidade quando há condições de amenizar a indigência e isso não é feito. Ao contrário, o que acontece é a busca pela obtenção de lucro através de tamanha miséria e pobreza e, portanto, um significativo regresso moral da humanidade. Tudo o que é imoral, como o egoísmo, a violência, a corrupção, tem sido banalizado. Ninguém se inclui como parte do problema. A hipocrisia se encontra cada vez mais presente na maioria dos lares. O questionamento está se tornando ausente. O desenvolvimento da agricultura é mais voltado para a obtenção de lucro do que para a diminuição da fome no mundo; os avanços da medicina são mais utilizados para lucrar com o tratamento de doentes ricos do que para aumentar a qualidade de vida e a saúde no mundo; a melhoria nos setores da engenharia civil tem como prioridade construções de luxo, ao invés da providência de moradia a humanos que não desfrutam desse direito. Para que o progresso moral caminhe juntamente com o científico, é preciso diminuir a grande circulação da idealização do progresso, estimular o questionamento diante das informações que nos são dadas, explorar as possibilidades de tornar a vida do outro melhor. Ideias que exponham a verdadeira situação em que vivemos e sobre meios viáveis de contribuição devem alcançar cada vez mais seres humanos, a fim de despertar a sociedade e impulsionar ações que possam tornar a vida de cada indivíduo melhor. Para isso, devemos utilizar um dos aspectos positivos do avanço das ciências: a rápida e extensa difusão de informações através da internet, telefones móveis, rádio e televisão, a fim de atingir um contingente populacional cada vez maior a favor da evolução gradual e integral da humanidade.