Todos os dias, milhares de crianças das mais diversas etnias e idades sonham com a chegada de seus pais. No entanto, elas não estão à espera de seus pais biológicos, mas sim de seus pais adotivos. São esses que lhe darão a oportunidade de um recomeço e principalmente, um lar. Para cada criança a espera de adoção há seis famílias interessadas. Apesar disso, o processo adotivo no Brasil ainda enfrenta desafios. Ainda que o número de pessoas interessadas em adotar seja superior ao número de crianças nos abrigos, questões como idade e etnia das crianças acabam influenciando negativamente o processo. Muitos casais ainda dão preferência à bebês de até um ano e brancos. Entretanto, esse perfil diverge da realidade dos lares de adoção. A maioria das crianças são negras ou pardas com idades entre três e dezessete anos. Além disso, muitas delas vem de camadas sociais carentes da sociedade e foram vítimas de abandono, negligência, violência e maus tratos, o que as afeta psicologicamente. Além da maioria não se encaixar no perfil desejado, outro fator que ainda é visto como desafio é o fato de o processo de adoção no país ser demorado e extremamente burocrático, podendo levar anos. Um dos principais motivos é que os psicólogos e assistentes sociais da vara da infância e da juventude não conseguem dar conta da demanda, atrasando os processos. Apesar das dificuldades que os futuros pais e as crianças enfrentam, adotar é acima de tudo um ato de amor com o próximo. Por isso, merece atenção não só das autoridades mas também da sociedade como um todo. Deve-se incentivar a adoção tardia, contratação de mais funcionários para agilizar o processo de adoção e principalmente, conscientizar àqueles que desejam adotar que idade ou cor de pele são apenas detalhes irrelevantes perto do amor que essas crianças precisam e da transformação positiva que elas podem trazer a uma família.