Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 16/08/2018

No filme Kung-fu Panda 2, Po é um panda que foi abandonado por seus pais biológicos a fim de lhe oferecer uma vida melhor por meio da adoção. Fora das telas, essa é a realidade de milhares de crianças e jovens no Brasil que aguardam por uma família nos orfanatos. Porém, diferente do urso, os indivíduos não conseguem encontrar uma família e crescem desprovidos de afeto e cuidado familiar. Logo, são mais de 5 mil crianças disponíveis para adoção de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Diante disso, deve-se analisar como o individualismo e as políticas governamentais interferem na problemática em questão. A princípio, as omissas políticas públicas são as principais responsáveis pelo amplo número de crianças no cadastro para integração familiar. Isso ocorre porque, a burocracia exacerbada dificulta o processo, uma vez que a Lei Nacional de Adoção enfatiza que devem ser esgotadas todas as possibilidades de reintegração com a família natural antes de a criança ser encaminhada para adoção. No entanto, a busca pelas famílias e as tentativas de reinserir a criança no seu lar de origem podem levar anos. Por consequência, segundo a ONG Gaasp menos de 15% do total de crianças em abrigos não possuem família e não podem ser adotadas. Além disso, o individualismo do corpo social também dificulta a inserção de filhos adotivos dentro dos lares brasileiros. Isso decorre, conforme defendeu o sociólogo Zygmunt Bauman, na pós-modernidade as pessoas buscam não se envolver nas relações interpessoais que desenvolvem ao longo da vida. Em decorrência dessa falta de laços afetivos, os indivíduos se tornam mais exigentes na concepção do conceito de família, realizando atitudes preconceituosas com pais que adotam crianças. Uma prova disso é o casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso no qual receberam inúmeros comentários intolerantes em suas redes sociais após adotar a filha deles, Titi. Por conseguinte, por medo da não aceitação, as famílias desistem de adotar. Infere-se, portanto, que é preciso facilitar a construção de famílias por meio da adoção. Em razão disso, o poder legislativo precisa realizar modificações na legislação a fim de diminuir o tempo burocrático para a perfilhação. Tal modificação deve considerar as exigências estabelecidas pelo estatuto da criança e do adolescente, como a destituição familiar, porém, deve estabelecer um prazo máximo, para que elas não vivam por muito tempo em abrigos. Ademais, o Ministério da Comunicação em parceria canais de TV aberta, deve realizar propagandas incentivando a adoção em horário nobre no intervalo de programas de maiores audiências. Objetivado pela desconstrução dos preconceitos familiares. Assim, as crianças podem crescer com uma vida melhor, assim como o Panda.