Com o crescimento econômico e a sensação de paz criados pelo fim da Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, da Ditadura Militar, houve um grande aumento de nascimentos, conhecido como Baby Boom. Hoje, por causa de mau planejamento e gestão, o Brasil conta com uma quantidade excessiva de crianças e adolescentes órfãos. De acordo com o sociólogo Durkheim, a família é a instituição crucial para a formação e inserção do indivíduo na sociedade. Dessa forma, para que essas crianças possam ter uma vida digna, foi criada a adoção. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, para cada órfão, há 6 adotantes disponíveis cadastrados. Por que temos, então, esse excesso de jovens a espera de um lar? A resposta é simples, apenas 11% dos adotantes estão dispostos a adotar crianças maiores de 5 anos (que são maioria - 88%). Conta-se, também, com o preconceito racial, que torna os bebês brancos (que, por sua vez, são minoria - 32%) preferidas para serem adotadas. Além disso, é perceptível o quão antiquada a legislação da adoção é. Apesar dos pequenos avanços, a comunidade LGBT ainda tem muitas dificuldades e sofrem muitos preconceitos, atrapalhando suas vontades de constituir uma nova família. Muitos adotantes são desencorajados pela burocracia e por leis incompatíveis, como a que define a diferença mínima de 16 anos entre eles e a criança a ser adotada, fazendo os casais jovens apenas aumentarem a demanda por filhos cada vez mais novas. Portanto, é visível a necessidade do poder legislativo em atualizar as leis para que essas possam encorajar as pessoas a adotarem. Ademais, campanhas criadas por ONGs para ajudar a desconstruir preconceitos e incentivar a sociedade a acolher essas crianças se fazem cada vez mais necessárias. Dessa forma preconceitos serão derrubados e com as ações certas, é possível reverter esse quadro e melhorar a vida de milhares de jovens.