Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 24/06/2016

Durante os anos 2000, uma telenovela juvenil denominada Chiquititas ganhou projeção nacional ao ser exibida na rede aberta. A trama se desenvolvia em um orfanato que possuía excelente infraestrutura e ambiente acolhedor para as crianças, o que fazia com que muitas personagens não quisessem deixar o local. Tal representação gerou uma visão romantizada do mundo de jovens desamparados, entretanto a realidade do processo adotivo brasileiro transita entre o preconceito e a burocracia. Segundo o estatuto que visa proteger a criança e o adolescente, estes gozam de direitos fundamentais como a integridade moral e física; contudo, quando algumas dessas garantias são violadas o governo recolhe o jovem de seu lar e o encaminha a unidades de proteção nominadas orfanato, onde ficará até pode ser encaminhado a uma nova família. Muitas dessas crianças são oriundas de estrato social baixo e ambiente de desenvolvimento desestruturado, sendo a maioria de cor negra e já possuindo idade superior a três anos. Devido a preconceitos velados, muitos solicitantes rejeitam esse perfil, uma vez que acreditam que quanto mais velha mais difícil será moldar o caráter de um ser em construção, sendo este o maior mito que dificulta o processo de adoção tardia. Tais problemas são agravados pela alta burocracia brasileira, de forma que o sistema dificulta a conclusão do processo adotivo. Buscando realocar crianças de maneira segura, a justiça brasileira adota metodologia criteriosa, no entanto, devido a sua má aplicação, há grande demora na concessão de tutelas aos interessados. Dessa forma, os procedimentos podem chegar a ter duração de três anos tornando-o penoso tanto para a criança quanto para os futuros pais. Portanto, infere-se que para haver pleno funcionamento do procedimento de adoção brasileiro se faz necessário a execução de medidas que visem facilitá-lo. O Estado deve revisar a lei que esculpe o processo adotivo de forma que objetive torná-lo mais rápido por meio de integração, sincronizada e eficiente, entre assistentes sociais, advogados psicólogos. Ademais, deve ampliar programas que finalizem desmitificar o a adoção tardia, mostrando aos interessados que essas crianças merecem um novo lar e promovendo contato entre futuros pais e crianças rejeitadas, de forma que a criação de laços afetivos leve à quebra de preconceitos.