Nos estudos de geografia aprende-se a identificar o nível econômico de um país a partir da análise da pirâmide etária que a população deste possui. O Brasil, seguindo a regra geral estabelecida aos países subdesenvolvidos, apresenta um grande número de crianças na sua população. Dentro dessa esfera, observa-se que existe hoje no país muitas crianças em lares adotivos, fato que levanta a questão : quais são os atuais desafios no processo de adoção no Brasil e como melhorá-lo? Primeiramente, vale ressaltar que existe uma disparidade no número de adotantes e adotados - dados do Conselho Nacional de Justiça revelaram a existência de mais famílias esperando por uma criança que do que a via contrária. No entanto, tais famílias resignam-se, em sua maioria, na preferência por crianças brancas e menores de um ano de idade, excluindo dessa forma, a maior parcela de crianças que hoje se encontram no sistema. Por certo, se a busca dessas famílias não fosse sustentada por critérios preconceituosos, a atual morosidade encontrada no processo de adoção não existiria. Todavia, como dizia o escritor russo, Liev Tolstoi, amar ao próximo é um ato fácil, difícil é amar o distante, desprovido de semelhança. Além disso, a falta de acesso à informação acerca de métodos contraceptivos segue sendo a principal causa da gravidez indesejada. Tal fenômeno, ocorre principalmente nas comunidades mais carentes, onde as famílias não possuem condições de sustentar mais um integrante, e, por isso, colocam o bebê para adoção, aumentando dessa forma, o número de crianças nos lares provisórios do país. Logo, torna-se evidente a necessidade de mudança nos atuais parâmetros do processo de adoção brasileiro. O legislativo precisa banir a possibilidade dos adotantes de escolher características corporais nos adotados, para que assim não haja a perpetuação do preconceito em nossa sociedade. Além disso, o Ministério da Saúde precisa elaborar palestras, ministradas por médicos, nas comunidades mais carentes sobre as formas de prevenção de uma gravidez indesejada. Em síntese, desde que haja diálogo e comprometimento, entre as diferentes partes da sociedade, no combate ao preconceito e á desinformação, a infância brasileira estará protegida,e, o país, estará caminhando rumo á parâmetros análogos aos dos países desenvolvidos.