Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 22/06/2016

A adoção é um ato especial, que renova a esperança nos pequenos corações assombrados pelo medo e a insegurança. Hodiernamente, no Brasil, o número de interessados em adotar uma criança vem crescendo, o que demonstra uma aparente sensibilidade dos cidadãos com a infância e a valorização da família. No entanto, por trás dessa atitude pode se camuflar o racismo e o pseudo-altruísmo. Primeiramente, é necessário ressaltar a crescente quantidade de famílias que se inscrevem na fila de adoção, e que, porém, determinam características para os futuros adotados. De acordo com a base de dados do Cadastro Nacional de Adoção, existem cerca de 5.700 crianças em abrigos, para aproximadamente 33.000 famílias na espera para adota-las. Na teoria são bons números, no entanto, o filtro de características preferidas pelos adotantes limitam as possibilidades de um menor encontrar um lar. Perfis de crianças, recém-nascidas ou com até 3 anos, são os mais procurados. Além disso, a etnia branca é a preferencial, demonstrando, dessa maneira, o racismo implícito na sociedade mais miscigenada do planeta. Portanto, o ato de adotar no Brasil evidência uma benevolência direcionada e estereotipada, contradizendo, assim, a espontaneidade da ação. Em paralelo, a adoção, em casos específicos, representa um capricho pessoal que substitui o verdadeiro altruísmo. Segundo o filósofo Auguste Comte, o ser humano altruísta possui como natureza instintiva a preocupação com o outro. Dessa forma, ao adotar uma criança a família deveria manter o foco no bem que está sendo proporcionado para aquela, ao invés de determinar características físicas condicionantes à adoção. Assim, esse nobre e benevolente gesto torna-se contraditório e que, na prática, deixa muitos jovens sem a esperança de encontrar um lar. Destarte, o preconceito implícito e a benevolência disforme pode impedir a concretização de um sonho infantil. Dessa forma, cabe a mídia informar e conscientizar a população, por meio de campanhas e das redes sociais, sobre o ato humanitário e benéfico à uma criança que é a adoção. Além disso, ONG's, associadas à abrigos, podem ministrar palestras para as famílias que pretendem adotar um jovem, acerca da importância que os pais possuem no desenvolvimento de uma criança e da transcendência do amor à barreiras, como o preconceito.