O convívio familiar é fundamental para o desenvolvimento intelectual, moral e social de qualquer cidadão, no entanto, diversas crianças são negligenciadas e abandonadas por seus genitores passando a viver em situação de vulnerabilidade social. Essa dura realidade pode ser amenizada por meio da adoção, processo legal que confere à criança novos pais, porém, o preconceito quanto a idade e a origem racial dos adotados diminui a eficiência desse processo e mostra-se como desafio a ser superado. O prazer de ninar um recém nascido ou o medo dos traumas sofridos por crianças mais velhas são fatores que levam a maioria dos possíveis adotandos a preferirem crianças com menos de cinco anos, segundo o Conselho Nacional de Justiça 89% dos futuros pais dão preferência a crianças nessa faixa etária. Porém a adoção tardia confere aos novos familiares a possibilidade de restaurar a integridade do indivíduo a ser adotado e a chance de juntos escreverem uma nova história, sendo assim, campanhas que incentivem essa modalidade de adoção são importantíssimas. Ainda sobre a perspectiva dos fatores que desafiam a adoção no Brasil é importante ressaltar a questão racial, pois alguns futuros pais adotivos só aceitam crianças brancas, fato que demonstra raízes racistas da sociedade brasileira, pois a constituição nacional prevê direitos iguais independentemente de raça ou gênero, logo essa preferência não está de acordo com os valores democráticos do nosso país. Infere-se, portanto, que a adoção é fundamental para a melhoria da vida de crianças em situações de vulnerabilidade, para maior eficiência nesse processo é necessário a união entre governo e mídia. O governo deve lançar políticas de incentivo à adoção, oferecendo acompanhamento médico e psicológico as novas famílias, a mídia, como formadora de opinião , deve lançar campanhas de incentivo ã adoção tardia, bem como, campanhas contra o racismo na sociedade brasileira.