Apesar dos avanços relacionados a adoção no Brasil, devido ao apoio da legislação e do advento dos Juizados da Infância e da Juventude, ainda existem vários desafios para serem discutidos. Nesse contexto, questões raciais e de faixa etária tornam o processo adotivo um problema social que merece atenção de todos os setores da sociedade, pois dificultam a fluidez do mesmo. Em primeiro lugar, segundo dados do jornal Carta Capital, para cada uma criança na fila de adoção existe um casal querendo adotar. Entretanto, um grande impasse para esse processo é a questão da faixa etária, visto que a maioria das pessoas procuram bebês, todavia mais de 80% das crianças que estão aptas a serem adotadas possuem mais de 5 anos. Outro fator que vale ressaltar é a questão racial, pois a maioria das crianças que vivem em abrigos de adoção são negras, haja vista que no Brasil, a etnia de maior vulnerabilidade econômica é a afrodescendente, o que eleva casos de abandonos por parte dos pais biológicos, que muitas das vezes vivem em áreas periféricas e sem condições sociais de criar um filho. Nesse contexto, a majoritária parcela de pessoas que querem adotar têm entre os requisitos que a criança seja branca. Dessa maneira, o preconceito instaurado na sociedade – problema social que assola o país desde quando era colônia – torna-se um entrave para a diminuição de crianças em processo de adoção. Em suma, para que o processo adotivo brasileiro torne-se mais eficaz, é imprescindível a intervenção do Ministério da Justiça, promovendo campanhas, com palestras e cartilhas, junto as grandes mídias, fomentando a adoção de crianças, principalmente as afrodescendentes e maiores de 5 anos, mostrando que elas são tão amáveis e merecedoras de um lar quanto qualquer outra. Além disso, o poder legislativo tem o papel de criar leis que tornem mais flexível o processo de adoção, principalmente para casais homoafetivos, que muitas vezes o preconceito de gênero impede tais pessoas de adotarem e construírem uma família.