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Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 19/06/2016

No Brasil, o processo de adoção evoluiu muito ao longo dessa última década. Embora tenha havido diversas conquistas, muitos desafios ainda se impõe para concretizar o sonho de milhares de adultos de ter um filho e de crianças e adolescentes de ter um pai/mãe e/ou pai/mãe. Tal evolução se deve principalmente a alterações legislativas que implicaram dois grandes avanços. O primeiro deles - consequência da ampliação constitucional e legal do conceito de família - refere-se à ampliação do rol de adotantes que passou a admitir, em virtude do Princípio da Isonomia, a adoção por casais homoafetivos e por pessoas solteiras, como por exemplo. Já o segundo, refere-se à equiparação legal do filho adotado ao filho biológico, também com fundamento no aludido princípio, de modo que aquele passou a ter os mesmos direitos e deveres deste. Em função disso, reduziu-se quase a zero a possibilidade de discriminações e estigmatizações daqueles que foram adotados. Esses avanços, no entanto, não foram suficientes para que cada uma das 5.624 crianças inscritas no Cadastro Nacional de Adoção encontrasse um lar. Uma das causas refere-se à seletividade dos dispostos a adotar. Ao contrário do se que se imagina, não é a raça o maior obstáculo, mas sim a idade das crianças: poucas pessoas optam pela adoção tardia. Soma-se a isso, a morosidade dos processos de destituição do poder familiar, indispensável para consumação da adoção e cuja duração pode chegar a 5 anos, e de adoção, que dura cerca de 1 ano, reflexo da falta de estrutura do Poder Judiciário. Dessa forma, mudanças ainda revelam-se necessárias, apesar dos avanços. Adotar é mais que um adulto adotando um filho, é uma criança, ou um adolescente adotando um pai. E para concretizar tal projeto, deve-se desmistificar a adoção tardia, por meio de campanhas demonstrando que a dificuldade em educar, construir e compartilhar é a mesma, pouco importando se o filho é biológico ou adotivo, seja este neném, criança ou adolescente, bem como realizar concursos públicos a fim de aumentar o número de juízes, assistentes sociais e psicólogos, melhorando a infraestrutura do poder público para dar conta da demanda.