O filósofo Edmund Burke afirma que tudo que é preciso para que as forças do mal triunfem, é que bons homens e mulheres não façam nada. Entretanto, no que se diz respeito à adoção de crianças no Brasil, aqueles que deveriam se enquadrar em bons homens e mulheres fazem parte da minoria que evita a adoção, tanto de crianças mais maduras, quanto por motivos raciais, deixando-as à mercê do sistema. Na série de livros escrita por J.K. Rowling, Harry Potter, também personagem principal, tem seus pais assassinados. Ele, então, é forçado a viver com seus tios, que o tratam de maneira hostil e repressora. Por consequência, Harry é obrigado a usar roupas velhas e a morar embaixo de uma escada. Logo, é possível perceber que crianças ainda não adotadas - algumas das quais não se encaixam nos "padrões" - sentem-se excluídas e indesejadas pela sociedade. Essa situação cresce com o avanço da idade. Em vista disso, estima-se que cerca de seis mil crianças estão prontas para serem adotadas. Delas, a maioria - de origem pobre, não branca, mais velhas - são evitadas pela minoria significante de cidadãos que poderiam lhes proporcionar uma vida melhor. Tais crianças e jovens são postas de lado por motivos preconceituosos por parte dos adotantes que, por agirem dessa maneira, podem provocar, nas crianças, comportamentos fechados à interação social, dificultando o seu processo adotivo. Nesse plano, medidas são necessárias para resolver o impasse. Segundo Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Sendo assim, à princípio, faz-se necessário a imposição de fortes políticas educativas que incentivem o fim do comportamento preconceituoso, aumentando, assim, a adoção de crianças que sentem-se excluídas de alguma forma. Bem como uma parceria entre os Ministérios da Comunicação e do Desenvolvimento Social, que propaguem tais políticas por meio de elementos midiáticos e palestras que mostrem, de maneira positiva, o incentivo à interação entre os dois lados.