Aqui no país sabe-se que está saturada a população de saber que muitos menores estão de prontidão para adoção. Entretanto para um casal, ou uma pessoa solteira, conseguir de fato assumir a maternidade ou paternidade deve-se passar por um processo muito burocrático. Além do fato de que estes mesmos escolhem apenas crianças com uma determinada aparência que lhes são mais conveniente. O que infelizmente torna muito mais difícil um órfão ter um novo lar. Falam que não há racismo no Brasil. Mas pode-se ver o preconceito até mesmo no momento mais importante na vida de um pai e uma mãe, que é adotar uma criança. Ninguém escolhe como seu filho biológico vai nascer, se é com deficiência ou não, qual exatamente a cor que terá a sua pele . Entretanto muitos casais, bem como pessoas solteiras, parecem preferir esperar em uma grande fila para adotar alguém que assemelha-se ao típico europeu, com sua pele branca, de preferência olhos claros sem necessidade especial, à adotar uma criança de pele escura. Fazendo com que os órfãos negros e mais velhos, fiquem na espera de uma família que os aceitem, o que na maioria das vezes não acontece. Saem do orfanato já na idade adulta, sem nunca terem tido uma família. É evidente que a sociedade tem uma mentalidade ultrapassada. Pois muitos acreditam inclusive que o sentimento não seria o mesmo por não ter semelhança de DNA. Esse tabu deve ser tombado visto que há vários casos de filhos que não são biológico no entanto recebem o mesmo afeto de um filho gerado pelos próprios responsáveis. Um dado importante do Grupo de Apoio a Adoção de São Paulo diz que 92,5% dos filhos adotivos declaram amar seus pais. Para estimular a adoção no país, é necessário derrubar mitos sobre amorosidade e dificuldade em lhe dar com uma criança mais velha. O que deve ser estimulado pelo Estado é a reflexão sobre os efeitos que tal pensamento afeta tantas pessoas.