O legado histórico do Brasil é marcado pela luta, segregação de classe e em especial a racial. Essa história marginalizou parte da população e um dos frutos desse processo é o abandono de crianças e adolescentes por seus familiares. Assim, surge a necessidade delas serem acolhidas por outras famílias, mas esse processo na maioria das vezes é doloroso, difícil e ainda é necessário enfrentar muitos desafios para conseguir superá-lo. A história de vida de uma criança que está para ser adotada é sempre triste e não tem como ser diferente. Não é só o fato de ser abandonado, mas algumas sofreram mal tratos dos pais e são levadas pelo Conselho Tutelar para orfanatos na tentativa de terem um futuro melhor. Outras são literalmente abandonadas ou perderam todos os seus parentes em alguma fatalidade. Contextos diferentes, mas o mesmo desfecho. Enfrentar a lista de características desejáveis pelos casais que estão na lista de espera a procura de uma criança que esteja nos padrões desejados por eles. No entanto, diferente dos pais de sangue, os adotivos podem ver e escolher como desejam que sejam seus filhos e isso é um dos motivos da contraditória conta que não fecha, da lista de espera para adoção ser maior que o número de crianças a serem adotadas e não são. Isso é explicado facilmente quando se coloca em mesa o preconceito encarnado no cidadão brasileiro e observando que o maior número de crianças que esperam uma família é composto por negros e de maiores idades. Vê-se, portanto, que existe um problema tridimensional envolvendo crianças e adolescentes a serem abandonadas no Brasil. Para solucioná-lo é necessário que as Organizações Não Governamentais (ONG), junto aos conselheiros tutelares e responsáveis por orfanatos promovam campanha e palestras para pessoas interessadas na adoção a fim de acabar com a adoção racial e etária seletiva. Também é importante promoverem ações que trabalhem o psicológico dos adotandos para que diminua o sofrimento que passaram durantes suas vidas.