Pode-se observar no Brasil de hoje o seguinte cenário : para cada jovem livre para adoção, 6 lares interessados. Todavia, verifica-se uma enorme busca por padrões como "procedência", idade e etnia. Além de ir de encontro ao cerne dos ideiais adotivos, é um barreira para com o futuro de milhares de jovens. Vale salientar, inicialmente, que há um estereótipo no tocante ao interesse nos processos adotivos atualmente. Os casais ou pessoas sozinhas que possuem interesse em adotar querem– segundo o Conselho Nacional de Justiça– em grande maioria apenas crianças brancas(73,67%) ou com menos de 1 ano(89%). Não é o que acontece:segundo estes mesmos dados, o cenário é alarmantemente antagônico, pois tem-se apenas 6% de menores de 1 ano, juntamente com 67,8% de não-brancos. Tais dados explicitam as propenções de escolhas e que, estas, impendem o crescimento do número de adoções no Brasil. Outrossim, o processo adotivo que deveria ser primariamente pautado em princípios altruístas transforma-se em um "supermercado" de infanto-juvenis onde se escolhe o que mais convém. Dessa forma, ao objetificá-los e mais uma vez colocá-los à margem da sociedade, ignora-se parte da infância e consequentemente parte do futuro do país. Seguindo essa linha de raciocínio, faz-se necessário uma mudança na maneira como a adoção é encarada, bem como a conscientização dos benefícios que o adotando faz ao realizar tal ato. Para isso, o governo federal há, por meio de suas concessões na TV, de veicular propagandas que façam a população refletir sobre o real sentido desta atitude de natureza extremamente nobre, assim como também a reformulação do "meio-campo" do processo afim de enxugar mais e torná-lo –desta maneira– menos burocrático e mais acessível.