Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 29/10/2017

Está previsto desde a Constituição Federal de 1988, que o Estado deve priorizar as pautas sobre crianças e adolescentes, assegurando primordialmente o direito à convivência familiar. No entanto, a realidade dos órfãos brasileiros é diferente do que consta na Carta Magna, uma vez que a burocracia do sistema de adoção e a idealização do futuro filho dificultam a efetivação do núcleo familiar para todas as crianças. Nesse sentido, é imprescindível que se analise os principais empecilhos para adoção. A priori, observa-se um processo lento e burocrático no sistema de adoção, visto que a Lei da Adoção enfatiza a necessidade de tentar reintegrar a criança à família biológica, porém muitas vezes essa tentativa não tem sucesso, o que ocasiona no aumento do tempo órfã dessa criança e a falta de interesse do adotante. Desse modo, essa lentidão cria um obstáculo para os adotantes que desejam ter uma experiência completa com a criança e participar da criação educacional dela, fazendo, assim, com que as crianças mais velhas permaneçam na lista de espera e sejam privados da convivência familiar. Sendo assim, de acordo com o CNA (Cadastro Nacional de Adoção), 75% do perfil disponível para a adoção são jovens entre 10 e 17 anos, o que evidência a morosidade desse processo, já que na maioria das vezes essas pessoas chegaram bem mais novas nos abrigos. Outrossim, vale ressaltar que a padronização de perfil inserida na sociedade está interpenetrada por questões históricas, posto que a população brasileira tem raízes racistas. Dessa forma, a intenção de adotar crianças de pele negra é proporcionalmente menor em detrimento da adoção de órfãos brancos, pois segundo dados CNJ (Conselho Nacional de Justiça) 66% dos pretendes na fila de espera procuram por crianças brancas, ou seja, com padrão europeu. Logo, em um país que se predomina a miscigenação de raças, o preconceito com crianças negras dificulta o andamento do processo adotivo. Percebe-se, portanto, que a burocracia no sistema de adoção e as preferências por determinadas crianças consubstanciam esse transtorno. Com isso, cabe ao Poder Executivo, desenvolver estratégias ágeis e eficientes de verificação dos familiares aptos – haja vista a necessidade da adoção em curto período, para que a criança esteja com pouca idade – por meio de pesquisas rígidas sobre o perfil desses familiares, com o objetivo que esses órfãos sejam adotados enquanto novos. Concomitantemente, o Ministério da Educação sob forma das mídias, deve promover campanhas de inventivo à adoção, com enfoque na importância da relação afetiva independente de raça ou idade, para que a adoção seja algo almejado. Dessa maneira, com a concretização dessas ações, a problemática diminuirá no Brasil.