A adoção é um ato de grande impacto - com tendência positiva - no psicológico e social de todos os envolvidos no processo. Entretanto, essa temática apresenta grandes desafios, visto que muitos adotantes costumam idealizar uma "criança perfeita". Logo, a expectativa irreal juntamente com outras exigências, fazem a fila de crianças à serem adotadas permanecer grande. A priori, muitos adotantes procuram uma espécie idealizada de criança, na qual seja a mais próxima de seu próprio reflexo, um "eu" perfeito. Essa ideia, de uma personificação perfeita, é abordada no "Mito de Narciso", que demostra a natureza humana e seu aspecto egocêntrico em supervalorizar a si próprio. Essa pré-seleção, portanto, torna-se evidente segundo as estatísticas do Cadastro Nacional de Adoção, que afirma a presença de mais de 35.000 pessoas na fila para adotar, e 6.000 crianças disponíveis.Logo, a diferença exacerbante deve-se às condições impostas pelo adulto para a escolha do envolvido no processo adotivo. Além disso, Arthur Schopenhauer, afirma que o motor do ser humano é o egoísmo, e , de maneira eficaz, a temática da adoção pode confirmar sua idéia, pois, 70% das pessoas exigem crianças saudáveis e sem irmãos, segundo a CNA. Por isso, é correto afirmar que muitos priorizam o lado egoísta ,à pensar primordialmente na vida que está em jogo, visto que a maior parte dos adotantes visam preencher alguma lacuna emocional provindos de impedimentos biológicos , como a infertilidade, e de fatores sociais. É visível, portanto, que a adoção com intuitos egoístas possui impactos diretos e profundos na realidade de uma criança a ser adotada. Por isso, o Conselho Tutelar , de todas as regiões da nação, juntamente com psicólogos e assistentes sociais, devem organizar palestras com o intuito de esclarecer o processo completo de adoção e evidenciar os problemas psicológicos e emocionais sofridos por crianças que foram adotadas e ,em seguida, abandonadas por não responderem às expectativas condicionadas dos adotantes. Assim, gradativamente, essa pré-seleção idealizadora não fará mais parte da mentalidade brasileira.