Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 10/09/2017

Após a Segunda Guerra Mundial, o fenômeno "Baby Boom" foi responsável pelo aumento da taxa de natalidade no mundo. No Brasil, um dos resultados desse processo foi o aumento do número de crianças para adoção. Entretanto, apesar do processo adotivo ter se tornado mais democrático ao longo do tempo, os perfis de crianças idealizados pelos pretendentes e a burocratização desse processo são obstáculos a serem enfrentados. Em primeiro plano, segundo pesquisas realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para cada uma criança disponível para adoção, há seis famílias interessadas. Contudo, o perfil de criança procurado pelos interessados em adotar está relacionado à tonalidade da pele - preferencialmente, branca - e a idade - principalmente, até dois anos. Nesse contexto, a fila para adoção só tende a aumentar, visto que a maior parte das crianças em abrigos são maiores de 10 anos. Sendo assim, é necessário o incentivo à adoção tardia e sem preferência racial. Ademais, a falta de estrutura nas varas de infância e adolescência comprometem a agilidade do processo adotivo por famílias interessadas. A partir dessa perspectiva, o tempo médio de demora para adoção é de dois anos e três meses. Por conseguinte, como a idade é um fator que interfere na escolha de muitas famílias, quanto mais tempo demora, menores são as chances de crianças acima de dois anos serem adotadas. Segundo análise de Émile Durkheim, os indivíduos necessitam-se sentir seguros e respaldados, e isso é oferecido por instituições como a família. Logo, faz-se necessário a agilização desse processo para o aumento das chances das crianças ganharem um lar. Fica evidente, portanto, que a adoção é um episódio demorado e repleto de idealização. Diante disso, cabe ao Conselho Nacional de Justiça em união com a mídia televisiva, veicular em horário nobre propagandas mostrando a realidade de milhares de crianças em abrigos na intenção de fomentar a adoção tardia e sem distinção racial. Ao Ministério Público, por sua vez, a criação de equipes interdisciplinares - psicólogos, advogados, abrigos e famílias interessadas em adotar- com o objetivo da maior eficiência na vara da criança e do adolescente, e com isso, maior agilidade no processo adotivo. Assim, será possível aumentar o número de famílias interessadas e diminuir o número de crianças em abrigos.