No ano de 1916, após a proclamação da república surge a 1ª lei nacional, a qual instituiu a adoção, com o passar dos anos esta lei foi sofrendo alterações com o objetivo de aprimorá-la, priorizando sempre a qualidade de vida das crianças. No entanto, apesar das conquistas, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir às crianças o direito de ter uma família e um bom desenvolvimento. O primeiro desafio se encontra na morosidade do processo de adoção, quando a criança chega ao abrigo é feita a tentativa de reintegração dela com seus pais biológicos ou familiares próximos, embora, seja uma medida necessária, essas tentativas levam muito mais tempo que o esperado, fazendo a criança crescer em uma instituição, diminuindo a cada ano suas chances de ser adotada, assim, é preciso que este processo dure o menor tempo possível. Outro obstáculo são as restrições feitas pelos futuros adotantes, segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), existem cerca de 6 famílias para cada criança em adoção, o empecilho consiste no fato da maior parte dos interessados preferirem bebês brancos, sendo que, 87% da população dos abrigos têm mais de 5 anos e 67% são negros ou pardos. Além da discriminação, uma das razões para tais restrições reside no mito de que é mais fácil cuidar de um bebê do que uma criança maior com personalidade já formada, quando na realidade os desafios de se cuidar de um filho, seja adotivo ou não, são os mesmos não importando sua idade, gênero ou cor. É evidente que, este cenário precisa mudar, não se pode obrigar os adotantes a acolherem crianças maiores e negras, porém a união de ONGS com o apoio da mídia pode demonstrar por meio de campanhas, feitas através de comerciais, passeatas e até cartilhas digitais disponibilizadas na internet, contribuindo para a conscientização e a quebra dos mitos e preconceitos envolvidos na adoção. Ademais, o governo pode investir em pesquisas colhendo opiniões de especialistas, psicólogos e pedagogos, maneiras de assegurar uma estadia confortável no abrigo, além de agilizar o processo de adoção, pensando no bem-estar do adotado. Desta forma, aos poucos venceremos os desafios e proporcionaremos lares felizes, tanto para as crianças quanto para seus futuros pais.