Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 26/10/2016

O número de pessoas dispostas a se tornarem adotantes é crescente no Brasil. Sendo ainda maior do que o número de crianças para serem adotadas. Até então, tudo parece bem. No entanto, o problema consiste na idealização antes do processo de adoção. Os futuros adotantes imaginam um bebê branco, quando a realidade é um adolescente negro. O problema da adoção no país, provém de um senso comum no mínimo atrasado. Tanto a idade quanto a raça são fatores decisivos para que ocorra ou não da adoção. Ambas refletem não conscientização. A primeira, sobre afeto, maternidade e/ou paternidade. A segunda, de cunho racista. A preferência pela adoção de bebês com menos de 1 ano de idade evidencia uma tentativa de mascarar a adoção. Cria-se a ilusão de que você esteve com aquela criança desde o seu nascimento, ou seja, tenta-se trazer o vínculo biológico para o mais perto da realidade possível. Enquanto esse, não é necessário para a crianção de um vínculo afetivo. Já que o senso de maternidade ou paternidade inclui todo o envolvimento afetivo durante o tempo juntos. Bem como para a criança, esse sentimento se dá da mesma forma. Essa, sim, é a adoção como ela é. Já a questão racial, que ronda quase 40% dos processos adotivos, é claramente um reflexo dos longos anos escravistas, que disseminaram com êxito o pensamento de uma superioridade branca. Como longos, tornaram difíceis o rompimento com esse conceito racista. Ainda que a raça não interfira mais juridicamente, as estatísticas evidenciam o senso comum - a estética branca ainda é tida como ideal e superior. No entanto, há melhora no meio de tantos dados ruins. Em 2011 foi reconhecida a união estável entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. E em 2013, foi permitido o casamento entre elas. Assim, o principal grupo interessado, pode finalmente, adotar. Essa é, certamente, não só uma conquista para o processo adotivo brasileiro, mas para a igualdade jurídica. Não obstante, outro avanço que foi a criação do Cadastro Nacional de Adoção em 2008. Analisando o que foi dito, fica claro que ainda há muito a ser feito. O governo pode, em parceria com o Conselho Tutelar, promover constantes projetos de conscientização acerca da adoção. Assim como, criar atividades que combatam a raiz do problema, em parceria com a mídia. Pois como disse Marthin Luther King, todo processo é precário e a solução para um problema coloca-nos diante de outro problema.