Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 15/10/2016

No livro Capitães de Areia, Jorge Amado retrata a vida de crianças abandonadas nas ruas de Salvador, Bahia, as quais aprendem sobre sexualidade, violência e o todo tipo de vício precocemente. Certamente, esta realidade seria diferente, se ao invés de excluídas, fossem integradas em um lar onde fossem educadas. Entretanto, a realidade brasileira não mudou muito desde esse documento, muitos juvenis encontram-se marginalizados a espera de um lar, não só pelo preconceito, mas também pela a burocracia legislativa. A princípio é válido ressaltar que diferentemente do livro, atualmente, há um lado positivo, existem abrigos governamentais e pais interessados em adotar as crianças. Entretanto, nota-se que a fila de espera para abrigar uma criança é longa. Essa situação se justifica porque em maioria os pais selecionam o fenótipo do infante, desejando adotar somente crianças brancas e com menos de cinco anos de idade. Com isso, os casais colocam sobre as características do juvenil a expectativa de realizar o sonho da paternidade, sem notar que existem inúmeras outras crianças, em sua maioria diferentes do esteriótipo esperado, que também anseiam em serem apenas filhos. No entanto, os obstáculos para a conclusão do processo de adoção não se baseia somente na seleção dos pais, a lentidão dos processos é outro entrave. Nota-se que os processos adotivos são morosos, há extensos pré-requisitos, avaliações e cursos de preparação, que embora necessários, pode levar meses até anos. Além disso, ainda ocorrem muitas exigências que muitas vezes dificultam ou inviabilizam o ato. Dentre elas, destaca-se no Estatuto da criança e do adolescente (ECA) que os conjugados devem ser, pelo menos, dezesseis anos mais velhos que crianças, impossibilitando que casais jovens adotem adolescentes, o que, na prática, só dificulta a formação de novas famílias. Sendo assim, por carências estruturais e funcionais para acelerar o processo de apadrinhamento, acaba por prolongar a estadia dos menores nos abrigos. É evidente, portanto, que a questão da adoção no Brasil requer medidas concretas. Nesse sentido, o Legislativo deve reformular leis menos complexas e que facilitam que as novas família do Século XXI tenha acesso a adotar uma criança. Outra medida é a mídia e o governo promover discussões para conscientizar a população que adotar é um ato de compaixão, que vai além da mera satisfação de suas vontades. Quem sabe assim, poderemos imaginar um futuro onde meninos sem uma família, não seja uma realidade como demostrado em Capitães de Areia, mas estejam somente em livros de ficção.