O sentimento de paz trazido pelo fim da Segunda Guerra Mundial teve grande impacto nas taxas de natalidade da Europa e do mundo. No Brasil, não foi diferente. Após o término do regime militar, o crescente número de nascimentos deu margem a problemas que perduram até os dias d hoje: o abandono de crianças e jovens e a superlotação de casas de apoio, como os orfanatos. Tal situação traz à tona discussões sobre o processo seletivo que está incutido em muitas das famílias que desejam adotar crianças ou jovens órfãos. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, existem, aproximadamente, 5600 crianças aptas a serem adotadas, porém não são todas que atendem aos critérios estereotipados e ao fenótipo específico que muitas das famílias impõem. Pele branca e com até um ano de idade. Exigências como essas mostram que o problema ainda está longe de ser resolvido, uma vez que crianças com essas características são minorias nas casas de adoção. Como forma de remediar essa situação, o governo criou, em 1996, o Dia Nacional da Adoção, visando incentivar o processo adotivo, principalmente das crianças rejeitadas. No entanto, a exclusão causada pelo preconceito, ainda enraizado na sociedade, deixa à margem crianças e jovens que não se encaixam nos padrões que, infelizmente, está infundido em grande parte da sociedade brasileira. Apesar disso, o processo de adoção evoluiu muito na última década, devido, principalmente, à avanços legislativos que ampliaram o rol de adotantes, bem como a equiparação legal do filho adotivo ao biológico, tendo ambos os mesmos direitos. Portanto, medidas são necessárias para melhorar essa situação. É fundamental que ONGs trabalhem cada vez mais na elaboração de folhetos explicativos e palestras em casas de adoção, que visem a quebra do preconceito e à adoção sem padrões pré-definidos. Além disso, o governo deve trabalhar com o amparo dessas crianças e jovens, inserindo-os na sociedade, para que estes não se sintam excluídos e marginalizados.