Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 14/09/2016

Para a civilização grega a adoção era uma forma de perpetuar o sobrenome de famílias impossibilitadas de gerar herdeiros biológicos. Durante a idade média, sob influências religiosas, tal prática caiu em desuso. Apenas com o advento da Revolução Francesa esse ato voltou a ganhar força e, posteriormente, foi incluído no código de Napoleão de 1804. Infelizmente, no Brasil, apesar do número de interessados em adotar ser o bastante para acolher todas as crianças aptas a adoção, a maioria destas continuam na fila devido a algum tipo de preconceito. Um exemplo da situação supracitada é a adoção de crianças com mais de 3 anos - considerada "adoção tardia". Nesta fase da vida, muitos desses menores já falaram suas primeiras palavras, já deram os primeiros passos entre outras pequenas ações. Para a maioria dos adotantes, acompanhar os primeiros anos de vida de um ser humano é fundamental para se estabelecer um vínculo materno e/ou paterno. Entretanto, segundo uma pesquisa realizada pela psicóloga Lídia Weber, com mais de 240 famílias adotivas, as "adoções tardias" são diferentes das adoções de bebês apenas na fase de ajustamento. Ou seja, há tantas dificuldades nos processos de socialização e dinâmica familiar de uma criança tardiamente acolhida quantas existiriam com um ser humano adotado desde bebê. Além da questão supracitada, existe o aspecto racial que alguns cidadãos levam em consideração. Conforme os dados do Concelho Nacional de Justiça, a maioria das crianças na fila de adoção não são brancas e, mais de 25% dos pretendentes a pais exigem crianças brancas. É necessário, portanto, uma reformulação do curso de preparação psicossocial e jurídica para a adoção - este faz parte das etapas obrigatórias do processo adotivo. Com o intuito de eliminar os preconceitos do senso comum, os psicólogos devem explicar aos adotantes que tanto as crianças quanto os pais têm dificuldades no processo de adaptação, por isso, o estabelecimento do vínculo precisará ser construído aos poucos e com pequenos gestos - uma brincadeira, uma conversa - independentemente da idade do menor. Ademais, os administradores dos abrigos, junto a psicólogos e assistentes sociais podem promover palestras a fim de desconstruir a importância do aspecto racial para a adoção.