Devido à crescente demanda pela adoção infantil, o método de seleção a paternidade sofreu uma transfiguração de sentido na qual põe em risco a identidade do órfão, utilizando de uma postura comercial. Este processo de adoção assimilou a imagem da criança à mercadoria , em que o produto ofertado, a criança, é escolhido de acordo com as especificações dos pais, em que o fator predominante é a etnia. São através de atitudes com essas que problemas como a segregação racial junto ao darwinismo social surgem para denunciar as mazelas na nossa sociedade contemporânea, tendo em vista que a visão antropocêntrica que inferioriza o afrodescendente ainda prevalece. Neste contexto, cabe retomar aquela famosa frase :“ Educação vem do berço”. Como a educação vem do berço se nem os futuros pais apresentam ética, moral, educação e valores para disseminar em prol de sua futura geração ?! Vale ressaltar que a imagem fraterna vai além do perfil exterior, e que pessoas que julgam pela aparência não devem ser consideradas como pais, pois apresentam uma ideologia limitada ao preconceito e que não valoriza os outros valores presentes em seu filho. Será, que este indivíduo que vislumbra aparência já se colocou no lugar da criança rejeitada por sua raça, procurando entender seus sentimentos ? Provavelmente não, pois seu etnocentrismo e seu ego em desfilar com uma criança, cuja aparência é tida como bonita, perante a sociedade, é maior do que qualquer sentimento e valor que perambula sobre sua mente. Nota-se que essa questão da seletividade na adoção baseia-se nos valores tradicionais. Cabe a população quebrar este paradigma de raças superiores. Portanto, torna-se necessário a realização de campanhas de conscientização feitas pela própria população que procure assegurar a igualdade perante os direitos humanos, seja através de cartazes, reuniões, revistas ou qualquer outro veículo que dissemine informação.